Como já mencionamos em alguns posts por aqui, por mais que o desemprego tenha crescido no Brasil (13,1% no primeiro trimestre de 2018 segundo o IBGE), o número de empreendedores tem aumentando consideravelmente nos últimos anos. Para você ter uma ideia, de acordo com o estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a taxa total de empreendedores iniciais e estabelecidos em 2017 foi de 36,4%, o que significa que a cada 100 brasileiros de 18 a 64 anos, 36 estão realizando uma atividade empreendedora. Esse número equivale a quase 50 milhões de pessoas. Apesar de não ter tido uma grande variação com relação a 2016 e 2015, o estudo aponta que houve um aumento no número de empreendedores iniciais desde 2002. Nesse ano, por exemplo, o número era 21%. Mesmo com as oscilações que ocorreram de lá pra cá, é importante ressaltar que o crescimento é realmente visível: em 2004 era 23%, em 2008 era 26%, em 2010 32% e por aí vai. Mas por que mencionar tudo isso? Para mostrar que por mais que muita gente montou negócio por ter sofrido uma demissão no emprego, o empreendedorismo na verdade é bastante positivo na geração de novas oportunidades de trabalho. E é justamente sobre isso que vamos tratar nesse artigo. Um recente estudo feito pelo Santander mostrou que em 2018, dos prováveis 2 milhões de postos de trabalho criados, 1 milhão serão gerados por empregadores, microempresas e trabalhadores por conta própria. Vamos ver outras informações da pesquisa?

Estudo sobre os postos de trabalhos gerados com o empreendedorismo

Esse estudo inédito realizado pelo Santander se baseou tanto na expectativa de crescimento do número de trabalhadores quanto no aumento do empreendedorismo no país. E, assim como muitas outras pesquisas, essa também identificou o chamado empreendedorismo por necessidade, em que os profissionais optam pela alternativa por não conseguirem uma recolocação no mercado de trabalho. Vamos aos números? O estudo mostrou que em 2018, cerca de 2,5 milhões de empresas serão criadas, ao passo que a ocupação geral deve ter um crescimento de 2,2%. Ele identificou ainda que em 2017, de todas as pessoas que realizavam algum tipo de trabalho, 33% atuavam em microempresas ou por conta própria. Esse ano, as duas categorias corresponderão a 50% das posições de trabalho criadas. Para você ter uma ideia melhor, confira o percentual de pessoas empregadas por categoria em 2017: - Administração pública: 13% - Trabalhador doméstico: 7% - Conta própria: 25% - Microempresas: 8% - Pequenas e médias empresas: 20% - Grandes empresas 27% Veja que o número de empregos gerados pelos empreendedores que atuavam por conta própria estava bem próximo da quantidade de empregados nas grandes empresas. O número de trabalhadores nas pequenas e médias empresas, por sua vez, também era bastante alto, sendo inclusive maior do que a quantidade de empregados na administração pública.

Vamos agora refletir sobre esse cenário de empreendedorismo no Brasil?

A PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, mostrou que no primeiro trimestre de 2018 ocorreu um aumento de 977 mil trabalhadores atuando por conta própria em comparação com o mesmo período de 2017. É muita gente mesmo! Já o emprego em carteira assinada chegou a atingir em fevereiro desse ano o menor nível desde 2012. Por outro lado, o estudo também mostrou que o empreendedorismo é muito forte na economia brasileira. A OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, indicou que 35% das empresas em atuação na economia brasileira têm até dois anos de fundação. Na nossa frente estão apenas a Eslováquia, a Romênia e a Letônia. Agora vamos a uma reflexão? Desemprego aumentando, economia melhorando e número de empresários crescendo. No que isso vai dar? É claro que com uma economia em crescimento, o mercado fica mais interessante e menos arriscado para quem decide empreender. E, no final das contas, alguns desses empreendedores vão começar a gerar empregos. E é assim que o mercado de trabalho começa a melhorar, capiche? Mas não, nem tudo são flores. Apesar dos dados serem interessantes para os empreendedores, segundo o Sebrae, 23% das empresas fecham as portas nos dois primeiros anos de vida no Brasil. Isso porque a nossa economia apresenta diversos entraves competitivos quando comparada com outros países. E isso reduz muito a chance de sobrevida de uma atividade empreendedora. Existem inclusive algumas questões regulatórias no país que dificultam a atuação dos empreendedores. Por outro lado, especialistas acreditam que o aumento do empreendedorismo por aqui pode impulsionar até mesmo as nossas questões culturais. Bom, isso nós vamos acabar descobrindo nos próximos anos com o crescimento de empreendedores no país. Seja como for, essa realmente tem sido a aposta de um bocado de gente por aqui. Muitas, aliás, têm dado bastante certo nas suas empreitadas! E apesar de algumas pessoas curtirem o ambiente corporativo, me parece que grande parte dos brasileiros não faz muita questão de atuar nas grandes corporações. Será que estou certa? Seguindo essa linha, talvez alguns ainda não partiram para o empreendedorismo muito mais pela insegurança que essa modalidade gera do que por simplesmente não querer empreender. Bom, isso é apenas uma especulação. E você? Está no empreendedorismo por necessidade? Ou quer empreender, mas está inseguro? Queremos saber a sua opinião!