Peço licença pela post totalmente off-topic...peraí, não é offi-topic. É O tópico do ano. É que fiquei ontem até meia-noite pensando sobre esta questão do não-movimento em SP e Rio. Sou assim, mais impactado pelas questões do meu tempo do que pela conta de luz atrasada, ou a nota baixa do filho na escola. O que mais me impressiona é como os movimentos sociais mudam. De grande ideologias a micro-ações desordenadas. Vejam, não questiono a legitimidade de qualquer reunião que tem acontecido, já ficou claro que protestos pacíficos foram recebidos com truculência. Até Gandhi tomou suas bordoadas. A questão não é essa. [caption id="" align="alignnone" width="640"] Capitão Nascimento?[/caption] É, senão, outra: declarações de políticos fanfarrões com o típico "nota-se que é um movimento organizado, de cunho político". Sim, senhor das hemorróidas constituídas por anos (ops) de não-serviço público, é um movimento Político, como todos são ou deveriam ser: povo na cidade (pólis) a discutir suas questões. Só que não é um movimento de gabinete, eleitoral, pois, afinal, este agora está sob o comando de quem, antes, brigava por melhores salários. Voltando, frente a declarações como essas, a minha questão é que hoje, vivemos movimentos sem cabeça, mais orgânicos do que outrora e baseados no caos ordenado da vida. Estamos há 10 anos esgotando intermediários (gravadoras, livros, jornais, editoras, escolas). Caiu a última barreira virtualxreal, afinal, e ficam como sempre foram: duas facetas da mesma conturbada relação homemxsociedade. E isso não é de agora, tem pelo menos dois anos... O que fica ao final? Um temor meio surdo frente ao que vem por aí a partir de sábado (Copa das Confederações), a necessidade de organizar um levante popular, a PEC 37, as leis que buscam roubar a liberdade da web, a falência da educação, da cultura, da liberdade de expressão. E o preço do vinagre. Ou será que estamos todos nós, já crucificados, de frente para o centurião com a estopa na mão?