Em meio ao quilo de artigos que levo todo dia para ler em casa (obrigado Bloglines), pincei as idéias de um, muito interessante, sobre administração de crises em sua vida profissional. Na verdade, como a maioria das coisas que chega até minhas mãos, era sobre o ambiente das mega corporações. Mas não me furtei em adaptar livremente os pensamentos de lá para nossa vida de cá, em meio à luta por obter novos projetos, ver pagas antigas notas e aprovadas as idéias que você acha geniais. Por falar em aprovação, ou falta dela, é aqui que nasceu o título e o gancho com o artigo corporativo. Quer crise maior do que ver reprovado um trabalho de um mês inteiro? E como podemos administrar este tipo de atropelo para não passarmos por antiprofissionais, perdermos o projeto ou até mesmo o cliente? Até que ponto vale a pena bater o pé numa idéia, seja ela de formato, comercial ou estratégica? Como administrar finalmente a reprovação total utilizando-a como mola para uma nova fase de relacionamento entre você e seu cliente-freguês? Vamos devagar?

Como reconhecer a crise?

Por definição, crise é o acontecimento que vai afetar seriamente seu prestígio, integridade e sobrevivência enquanto frilprofissional. E mais: é tudo aquilo que afeta a confiança e a estabilidade que o ambiente tem para com você. Ou seja: pedir para mudar um título, não é crise. Não gostar da cor do fundo, não é crise. Rejeitar todos os pensamentos que você sugere, é. Pedir orçamento, aprovar e depois não querer fazer...crise na certa. Esta diferenciação deve ficar a todo momento em sua cabeça. Pense no que a reprovação específica vai afetar não só sua "eu-presa" como a idéia que seus clientes atuais e futuros têm de você.

OK, deu m...e o que faço agora?

Passada a fase do reconhecimento, vem o próximo passo: o que vai fazer para tentar contornar? Lembrando sempre: ninguém sabe tudo. E, muitas vezes, alguém que nunca fez nada digital na vida, pode oferecer mais informação relevante do que o mais bem pago dos consultores. Nem adianta fingir que não é com você. É. Algumas dicas:
  • Se o erro for real, admita. Mostrar-se pronto a reparar é uma das ações mais indicadas. Faça-o rápido. Deixar passar os dias é aumentar o tamanho desta bola de neve e incitar os envolvidos a criar boatos e outras histórias que não a real para justificar seu atropelo.
  • Não sonegue informações. Evidencie seu método de trabalho, o como e o porque você chegou àquela solução. Esteja pronto para falar um pouco sobre sua atividade, seja ela qual for e não poupe esforços (i.e. apresentações, documentos, exemplos, portfolios, cases...) para tornar claro que não seu trabalho não é fruto de geração espontânea.
  • Monte uma operação de apoio para solucionar. Em alguns casos, e você deve avaliar quando isto é aplicável, afinal o bolso é seu, vale a pena investir na solução de uma crise, investindo seu tempo e recursos (mesmo que escassos como os meus) para entregar um produto nota 10. Reserve tempo, chame alguém para ajudar, corra atrás de mais informações, dê seu jeito malandro.
  • Divida a responsabilidade, mas com responsabilidade. Pode ser, eu disse pode ser e não é, a crise tenha surgido depois de um briefing mal passado. Neste momento e de forma bem diplomática, cabe registrar isso e trabalhar a divisão desta responsabilidade.
  • Documentos! Sei que somos criativos e vamos mudar o mundo com a nossa inteligente e original maneira de ver as coisas. Mas antes de bancar o gênio incompreendido, seja o esforçado bem precavido. Registre o andamento de seus projeto através de fluxos de documentos, sejam eles relatórios técnicos, e-mails ou até mesmo um simples cronograma em Excel.

A mão que te beija e a mesma que apedreja.

Como fruto do meio digital, você já deve ter entendido que esta instantaniedade toda tem seu preço. Se por um lado você pode ganhar sua vida sozinho e sem sair de casa, a possibilidade de ser esquecido em meio a este turbilhão de informação é o item mais palpável do mundo virtual. Fique atento aos e-mails que manda eles podem ser tanto seu canal de desculpas como o cadafalso final. Já vi gente ser mandada embora por copiar a pessoa errada num e-mail inocente. Já vi tons de texto serem mal interpretados e gerarem crises difíceis de serem contornadas. Utilize os meios aos quais você tem acesso como uma extensão do que você pensa, e não como um pensamento externo que se estende até você. É uma diferença muito importante de se ter em mente. Tudo isso é só o início amigos. Se você está chegando agora à vida de freela ou se quer se reciclar, o Carreirasolo é o espaço. Divulgue, participe, comente.