Engraçado como alguns textos teimam em ter vida própria e se escreverem sozinhos. Esse aqui, por exemplo, resistiu até hoje, pois eu queria que ele tivesse outro direcionamento. Mas, insistente e ciente de seu propósito, se impôs. Explico. Este espaço aqui seria dedicado a provar um conceito dentro do tema Protagonismo, que pode ser resumido na seguinte frase:
É muito ruim ser apenas testemunha do talento alheio.
[related-posts] O argumento central era que, uma pessoa focada em seu Protagonismo, buscando formas e caminhos para valorizar sua presença e postura crítica na curta passagem pelo Planeta, não poderia se contentar com a posição passiva e adoradora de outro talento. Por que, simplesmente, sua função seria buscar ela própria ferramentas para sua própria afirmação como figura central em um show barato e nada elogiado pela crítica especializada chamado vida.

X Factor: audições e jurados


Mas aí, entre a idéia me chegar e eu efetivamente sentar no iPad para escrever o artigo após um café da manhã tranquilo de domingo, assisti alguns capítulos da segunda temporada do reality musical "The X Factor USA", que por aqui está passando no canal Sony, todas as terças e quartas-feira com um delay de duas semanas em relação  à cronologia americana. E resolvi repensar a questão.

Programas como esse são interessantes pois nos colocam frente a frente com o poder e talento do ser humano. É notório que os cantores que nos arrepiam não são pessoas comuns, não estão na média. São pequenos soluços de evolução que seguem disfarçados de meninas do ensino médio, pais de família ou funcionárias da agência dos Correios. A maioria deles sequer sabe disso, é bom lembrar. Alguns nunca vão saber, por falta de palco, formação ou oportunidade. Como no caso de Diamond White, minha favorita nesta edição:

E é esse momento da revelação, quando descobrimos ser possível que o extraordinário permaneça em hibernação até ser descoberto, e mais, que ele pode estar na cadeira ao lado no ônibus que você pega todo dia para ir trabalhar; que coloca em questão o valor e o cuidado que devemos ter ao sermos testemunhas deste desvelamento.

O redesenho fundamental que devemos ter em mente é que ver nascer um novo talento é positivo e ser sua testemunha, uma oportunidade única. E não estou falando pra você tentar a carreira de de jurado de reality, por favor. Descobridores de talento precisam ter experiência na carreira pretendida, ter algumas voltas na frente no quesito networking e, claro, desprendimento para ser trampolim e não aquele que tira a água da piscina. Bons professores são testemunhas do talento alheio. Treinadores, mães e pais, também. Nesse primeiro momento, portanto, o lado positivo de se testemunhar o talento alheio é poder fazê-lo crescer ainda mais. Poucos sabem, mas temos esta responsabilidade enquanto humanidade. O trabalho pelo coletivo é o trabalho para o futuro, para a evolução da raça, do país, de sua classe profissional, de sua família. Então vamos combinar assim: da próxima vez que o incrível e o revolucionário aparecer na sua frente, não pergunte por que você não está no lugar dele; mas sim o que você pode fazer para fazê-lo chegar o mais longe possível.'
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