rr.jpg Sem querer, a Bárbara Axt me pautou nessa entrevista. Trocávamos e-mails outro dia e ela tascou sem mais nem por quê: como você consegue trabalhar de 9h às 18h numa empresa estatal enorme, morar em Jacarepaguá (para os não cariocas, é um bairro um pouquinho distante do centro do Rio), ter três filhos, um site e tantas outras coisas? Ué, respondi, porque é preciso conseguir. É missão, sei lá. Aí, dias depois estava navegando pelo Blog do RR, lendo o post onde ele fala que havia recebido uma Craviola da Gianinni, marca para a qual virou um Endorser; e me bateu a idéia: Vou chamar o RR para falar um pouco sobre isso de fazer milhares de coisas (bem e) ao mesmo tempo. Prontamente trocamos e-mails e RR, simpático e cordial, respondeu as questões que formulei. É uma entrevista que cai como uma luva para os leitores que chegaram dos blocos e trios elétricos agora, pensando em, finalmente, começar 2006. Quando vocês sentirem-se sobrecarregados e sem saber por onde começar, sigam o exemplo do RR, quando diz que “profissionalismo é consequência da minha paixão”, ou, a que gostei ainda mais: “a gente precisa se divertir, ué.” É isso que nos move aqui e, garanto, ao RR lá em suas mil e uma utilidades. Divertir e apaixonar-se pelo que faz, nem que seja trabalhando. E que tal começar a planejar sua vida profissional em 2006 lendo esta entrevista? Vamos lá? Há duas semanas atrás, uma jornalista amiga minha me fez uma pergunta que me pegou totalmente de surpresa: como você consegue fazer tanta coisa? E eu repasso a você RR, como você consegue fazer tanta coisa?
RR - Olha, Maurão... já fiz muito mais coisas do que faço hoje em dia! Quando ainda estudava jornalismo no Rio, eu era: estagiário do Daniel Azulay (lembra dele?); na BAND/Rio, guia de Disney, produtor e apresentador de um programa semanal na faculdade, professor-assistente de um coral infantil e ainda ensaiava e fazia shows com uma banda de classic rock... sempre que lembro desses tempos, me acho meio preguiçoso! Rs... Atualmente, além de apresentar (e reportar para) o Vitrine, tenho alguns projetos que ainda engatinham: um livro (a biografia da BLITZ, fiz até o blog oficial da rapaziada, o BlitzMania), uma banda de trilhas de cinema (The Soundtrackers) e um programa semanal de rádio. Se os blogs contarem, atualizo dois: um pessoal que fica no meu site e o Vitriblog, lá no site da Cultura. Fora isso, colaboro vez ou outra com jornais e revistas aqui em SP, sou o correspondente paulistano do site do Zico e escrevo uma coluna no Rádio Agência, um portal muito bacana sobre Rádio...nem é tanta coisa, né?
Outra: como se dá o equilíbrio entre a esfera profissional e a pessoal? Ou tudo é uma questão de encarar a vida com uma grande aventura pessoal
RR - Equilíbrio ? Não sei do que você tá falando! Hahaha... no meu caso, as coisas se misturam completamente; sou caótico. Fazer TV pra mim é uma coisa totalmente pessoal... e o profissionalismo é consequência da minha paixão pelo veículo. Como diria um amigo e ex-patrão, "a gente precisa se divertir!". Ou seja, é tudo uma grande aventura...pura curtição!
Temos falando aqui no www.carreirasolo.org sobre a influência deste novo paradigma de produzir e consumir informação que as tecnologias interativas, como blogs, flogs e redes sociais, têm trazido. Como você classifica e se insere neste cenário, como jornalista, músico, blogueiro etc ?
RR - Não sei se consigo classificar esse cenário, mas me insiro totalmente nele. A democratização das ferramentas de comunicação é um fenômeno interessantíssimo e muito excitante. Preste atenção no meu caso: vim parar no VITRINE pela primeira vez graças a um programa que eu apresentava no Canal Universitário do Rio de Janeiro, a UTV... e tudo era feito na raça, com recursos mínimos; uma verdadeira "TV de Garagem". Um belo dia, Gabriel Priolli, jornalista e então diretor da TV Cultura, me assistiu e começamos a trocar e-mails... quando pintou uma vaga, ele me "importou"; e o resto é história. Saí de um limbo do line up da NET carioca e acabei na TV aberta! Essa "perestroika" que rola na mídia de uns tempos pra cá é, no mínimo, saudável. Já reparou na quantidade de livros baseados em blogs editados hoje em dia ? É a farra (e a forra) do underground... a teoria de Darwin se aplica bem, a seleção é natural.
Falando um pouco do Vitrine...o que teremos de novo em 2006?
RR - A diretoria da emissora ainda discute o formato do VITRINE 2006, mas não dever ser nada muito diferente do que foi ao ar no ano passado... não espero mudanças radicais; um ou outro quadro novo, acho eu. Mais publicidade, talvez. De resto, o cardápio de sempre: a linda, gente boa e competente Sabrina Parlatore, este falcatrua que vos escreve, muito making of, bastidores e entrevistonas. Parafrasenado Prof. Pasquale, é isso.
Quê isso, RR. É isso e muito mais. Buscadores e buscadoras de plantão, sacaram qual é o tom? Fazer muito e sempre, gostar do que se faz e não ter medo de tentar sempre uma coisa nova. E por falar em coisas novas, o Vitrine vai voltar agora em março. Se não me engano, aos sábados (20h) com reapresentação aos domingos (15h30).