Noventa dias. Considerando o momento do lançamento desse episódio, esse é o período que muitos de nós estão trancados em casa devido ao isolamento social necessário em função da COVID-19.

A marca esteve em muitos twittes neste final de semana de 13-14 de junho. Só para sintonizar: 13 de março, por exemplo, tive a primeira e única aula presencial no Mestrado que iniciei no PPGCOM da UERJ. O momento está registrado em um dos episódios do meu outro podcast: enquanto debatíamos questões sobre metodologia de pesquisa, o whatsapp começava a pular avisando que as universidades estavam fechando e de que todos estaríamos dentro de casa a partir de então.

Neste meio tempo, muita coisa aconteceu, inclusive o retorno do FalaFreela em sua oitava temporada. O lançamento de podcasts de clientes, pela Contém Conteúdo, novos desafios para o Mauricio Domene no Estúdio Next e para a nova editora da Carol Vigna, a Uva Limão. 

Mas se muita coisa aconteceu nesse dentro-fora em que se transformaram os home-offices dos quarenteners, outra coisa aconteceu no dentro-dentro de nossas cabeças: nossa saúde mental passou por maus bocados.

Por isso, no FalaFreela#126, nos reunimos mais uma vez para trazer um pouco de nossa experiência para uma audiência que só fez crescer nas últimas semanas. Falamos de pequenos rituais que nos ajudam a passar os dias, o que fazer e o que não fazer no que se refere à sua vida financeira, como é o momento certo de tentar aquele projeto para o qual você nunca tinha tempo, entre outros assuntos.

Nós, assim como você, nunca passamos por isso antes. Ninguém. Ninguém estava preparado. E ninguém tem obrigação de saber lidar com isso. Por isso, caso o ar falte, a cabeça vá a mil e você olhe para o lado e não encontre ninguém, nossa mensagem central é: procure ajuda. 

Nós estaremos aqui.

Resumo do episódio

Para você dar aquela lida rápida no que vem por aí, preparamos um resumo dos pontos gerais.

  • Carol começa lembrando que, embora professores em algumas instituições tenham estrutura para dar aulas, questões como stress e ansiedade não são novas na carreira. O que Mauricio complementa não ser novo, dado os salários baixos. 
  • Daí, Carol complementa: são três pilares que movimentam esse cenário: a tensão do online, que deixa o professor em uma lente de aumento; adaptação do conteúdo, que precisa mais intensa e com novos formatos (edição de vídeo, apresentações mais elaboradas etc) e o terceiro: atendimento ao aluno começa a ser individual.  
  • No ambiente corporativo a questão tem a ver com as pessoas que moram sozinhas e foram tentar a vida em grandes empresas em outras cidades. A solidão bate mais forte nesse momento, porque antes poderiam fazer outras coisas que agora não. Uma solidão imposta. 
  • Seguimos levantando o clima e deixando o papo mais leve: quais serão os rituais que nós três adotamos para combater esse momento? Domene lembra dos grupos que criou para trocar ideias sobre sua área de atuação. Um grupo fechado com os mesmos interesses, problemas, piadas etc. 
  • Por outro lado, eu prefiro sair da tecnologia, da imersão pelo menos, buscando leituras no Kindle e micro pausas durante o dia. Consumir menos informação sobre o momento, também me ajuda, uma vez que não há nada que podemos fazer no nível  institucional da coisa. Sobre rituais de ficar off,
  • Carol lembra que uma coisa que o FalaFreela ensinou foi não ficar colada do celular (durante as gravações desligamos ou silenciamos) e faz isso na hora de dormir. Não leva o smartphone para cama e até trocou o aparelho por um despertador old school.
  • Mauricio é "on" o tempo inteiro, por conta de ficar à disposição de seus clientes, em função das trilhas que tem que ficar prontas, filmes que são editados na madrugadas, aquela loucura do mundo da publicidade. Daí, Carol lembra que deixou uma possível carreira na área de saúde de lado justamente pela questão da "não urgência"de que gosta de ficar olhando para o nada.
  • Urgência ou processo? Maurício lembra do seu método: as coisas só funcionam criativamente quando se tem deadline, urgências. Mauro é mais do processo, de ter uma realidade recortada que dê conta de grandes missões. Eu lembrei o que tenho ensinado para os meus filhos em casa: diante de uma grande missão, é importante saber recortar a realidade em missões menores. Carol complementa lembrando que segue o extremo oposto: tenta terminar tudo o mais rápido possível. Para ficar livre no resto do prazo que combina com o cliente. 
  • Mas, pequenos rituais a parte, tem situações atuais que realmente tiram a nossa paz. Cancelamento de clientes, falta de horizonte e planejamento estão entre as principais. Nestes momentos duas palavrinhas ganham protagonismo: gestão financeira. Estamos na fase do corte de custos fixos, da necessidade de se reeducar financeiramente, em resumo. Maurício comenta que estava com um contrato rodando para uma grande entrega para um canal de TV e tudo foi suspenso, o que gerou preocupação.
  • Domene segue comentando que muitos amigos estão sofrendo de ansiedade e depressão: é a falta do horizonte. O profissional freelancer tem aquele sentimento de quem "um telefonema pode resolver", principalmente se é bem relacionado e tem uma carteira forte de cliente. Mas agora, a situação está diferente: não sabemos quando esse telefone vai tocar novamente.
  • Uma dica bacana que comentamos referente a redução de custos é o que eu chamo da "mítica dos pequenos gastos". É que a gente sempre acha que aquele lanchinho comprado na esquina, a cerveja a mais que você  trouxe, o delivery quando a geladeira está cheia de ingredientes para você mesmo fazer sua refeição, não vão afetar o orçamento. Mas, quando se põe na ponta do lápis, até mesmo aquelas inofensivas 30 assinaturas digitais de 5 reais cada uma, fazem diferença! 
  • Mas, nem tudo é má notícia. Esse retiro, a pandemia e suas consequências, podem gerar um forte movimento de reinvenção, de descobrir novas fronteiras ou até mesmo estimular atividades que estavam na geladeira. 
  • Pela contemconteudo.com, por exemplo, começamos a oferecer a concepção, criação e gestão de podcasts para empresas. Um de nossos primeiros clientes já está com trabalho na rua, por exemplo, o podcast do novo BioParque do Rio. A Carol também redesenhou o modelo de negócio de sua editora a Uva Limão, que agora entrega somente obras digitais para distribuição gratuita. 
  • Para fechar a questão da prospecção, Mauricio e eu levantamos dois momentos em que a positividade - mesmo e principalmente em momentos de crise - , se mostrou importante para os negócios. Nas redes sociais, Domene segue postando conteúdos leves que animem e gerem conversas igualmente "pra cima". Eu, lembro que meu tio curte TODOS os postes que recebe, porque, segundo ele "é como um agraço que se dá em um amigo". 
  • Agora você tem tempo de fazer o que sempre quis, vai lá e faça. É a mensagem da Carol ao final do bloco. E, completa, mesmo que seja só para fazer mesmo, sem esperar nada em troca, pelo simples prazer de encarar o desafio ou matar a vontade que sempre teve.  
  • Ninguém nasceu para ficar três meses trancado dentro de casa. É o pensamento com qual encerramos o programa, incicando, também que aqueles que não segurarem a onda PODEM E DEVEM PROCURAR AJUDA PROFISSIONAL.

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