Hora de almoço no centro do Rio: as pessoas correm. Umas porque não querem perder tempo, outras porque já o perderam. Outras porque o sinal da Av. Rio Branco já está piscando...e se eu ficar parado aqui me roubam o celular. E no meio de toda a gente, vou eu, devagar. O ponto básico são duas livrarias em especial, que procuro alternar meio que semanalmente: a Leonardo Da Vinci e a Livraria da Travessa.

Ao mestre Leonardo com carinho

leodavinci.jpg A primeira dispensa apresentações, mas em todo caso se você ainda não conhece, a livraria Leonardo Da Vinci fica no Subsolo do Ed. Marquês do Herval, ali na Av. Rio Branco, nº 185 (Telefone: 21 2533 2237) Há 50 anos na ativa, hoje é quase um complexo cultural que, além de quatro salas repletas de lançamentos e raridades até o teto, tem a sua frente um restaurante bacaninha, ao seu lado o Baú do Leonardo (livros usados mais em conta) e mais ao lado o já tradicional sebo Berinjela. Já foi tema de poema de Drumond[bb], já editou livros só sobre os escritores que por lá passaram e, para você ver como é antiga, o domínio www.leonardodavinci.com.br é deles. Hoje, além do singelo slogan "Livros do mundo desde 1952", oferece rodas de leitura e encontros mensais. Vale a pena dar uma conferida e se inscrever no site.

Travessa da Travessa.

travessaouvidor.jpg Essa é mais novinha e conheci na época em que trabalhava em Ipanema, onde gostava de seção de quadrinhos da loja da Visconde de Pirajá. Como estou radicado há quase três anos no Centro da Cidade, freqüento a da loja da Livraria da Travessa do Ouvidor, que ainda oferece um restaurante bacana DENTRO da livraria. É pegar seus exemplares preferidos, sentar, pedir uma salada e devorar as páginas e as folhas. Fica ali na Travessa do Ouvidor, 17 - Centro - Rio de Janeiro (Telefone: 21 3231 8015) Tem um gênero mais modernoso, loja da Papel Craft ao lado e estátua do pixinguinha logo à frente. Poderia dar uma melhorada no site...mas já, já vamos ver isso, pois não? E o por quê? Não vou a Megastores por que lá é difícil encontrar o vendedor e quando o encontro ele não sabe dizer qual a melhor obra para começar a ler Borges[bb] ou onde está a antologia do Mário Quintana[bb], se Clarice Linspector[bb] trocou ou não cartas com Fernando Sabino[bb] e se, na seção de religião, eu consigo encontrar aquele exemplar que traz preces de monges heréticos do século I. Mas é uma questão de opção né...tem gente que prefere roubar o queijo, reunir um monge e um executivo para consertar motocicletas. Eu prefiro contar para vocês que não há (duas)opção(ões) melhor(es). Nota de pintor rodapé de página sem papel de parede. Por indicação do gerente da Livraria da Travessa estou lendo o Aleph. O livro de cartas entre os dois autores citados é esse aqui. Quintana tem sua poesia completa aqui e o livro dos monges...só indo lá na Leonardo Da Vinci: logo ali na segunda salinha, na mesa sobre religião! O que vem para fechar o post e nos contar que, se o mundo de cima é igual ao de baixo, o ditame não pode ser aplicado na batalha (atual? eterna?) entre o real e o virtual.