Pergunte a dez estrelas de hollywood, a cem mestres hindús, a mil presidentes ou a um milhão de papas, e a resposta será a mesma: o melhor de qualquer festa é na cozinha. Não importa a raça, o credo ou o sexo, todos concordam. E quem seria eu se discordasse? Reunidos no último sábado numa mesa de restaurante no Centro do Rio, eu, a patroa, Fábio Seixas, Felipe Memória e Luli Radfaher, conversamos uns muito rapidamente, outros acaloradamente, sobre várias coisas. Separei cinco destes temas para partilhar com vocês. São cinco temas e, ao final, um convite. Quem se habilita? Primeiro: a auto-idolatria do Blogador Esta quem levantou foi o Memória. Disse estar preocupado com uma tendência preocupante: a supervalorização de todo sujeito que tem um blog. Faz algum sentido. Se antes o cara ia lá no mundo tradicional, construia uma reputação e depois procurava publicar seus livros, dar suas aulas, trabalhar etc e tal, agora qualquer cidadão monta um site gratuito e começa a proclamar suas opiniões aos quatro ventos. tioben.jpgPeraí Mauro, você não defente esta possibilidade de todos gerarem conteúdo? Sim, defendo. Mas como diria o Tio Bem: "Todo poder traz consigo uma grande responsabilidade, Peter." Uma coisa é você usar o poder de produzir conteúdo para produzir conteúdo de qualidade. Outra é você abusar do direito e, de repente, escorregar na banana, bater com a língua nos dentes, embasar teses não provadas, questionar a reputação de profissionais etc etc. Só pelo prazer de dizer que pode dizer. Isso não é legal não. Se fosse só isso. O tema do Memória ia mais além. Depois de alguns comentários, alguns trackbacks, corre o risco do cidadão realmente começar a acreditar em suas próprias teses. E se dislumbra. Ai, ai, ai crianças. Nada disso. Lembrem-se: simplificar, compatilhar e acreditar. O resto é umbigo. E com frieira. Segundo: Ultra-mega-informacionite. Ou: coitada da patroa... Mais relaxados depois de várias latinhas de coca-cola, os quatro concordamos: tem hora que esta tralhada toda de informação é demais da conta para cabeça de qualquer cristão. Aí não tem jeito: desconexão forçada. A Patroa concordou na hora. As namoradas, noivas e mulheres de Blogópolis (e namorados, noivos e maridos também) devem concordar. A proposta seria: ae pessoas, bora ficar três meses sem inventar tecnologia nenhuma? Sem lançar nenhum serviço novo? Sem inventar uma nova maneira para agregar conteúdo? Parar de discutir sobre Web 2.0 e nem sequer intuir a Web 3.0? Eu daqui do meu teclado acho que não tem como parar a invencionice. Tem como desconectar. Até já falamos sobre isso aqui, aqui, aqui, aqui , aqui, aqui e aqui Terceiro: Perguntas que não conseguimos responder. Na esteira do perfil e papel do blogador, concordamos que nessa de responder a e-mails que chegam, tem algumas perguntas para as quais não temos resposta. Pense bem, se você é um cara de bom-senso e realmente preocupado com quem lê você, ou até mesmo, preocupado só com você mesmo, deve perceber de cara que responder a e-mails que solicitam trabalhos de faculdade prontos, resumos de livros comentados, uma consultoria gratuita de como montar uma empresa (com direito a criação de nome, logo e site) a defesa de uma tese, o melhor texto para conquistar cliente (ou parceiro) e coisas que o valham; enfim, é um pouquinho demais. E até doce-de-leite, quando é um pouquinho demais, arranha a garanta. Mas tudo tem seu lado bom. Penso que, algumas vezes da vida não termos respostas é muito produtivo. De cara talvez seja a maneira mais rápida de eliminar a auto-idolatria do blogador. E é bem melhor não ter respostas do que não ter perguntas. Quarto: Emprego é emprego, negócios à parte. O Fábio Seixas levantou essa e queria dividir com vocês, porque achei pertinente ao nosso espaço. Segundo ele, o empreededor brasileiro, dada as condições de nosso meio-ambiente econômico, deve atuar como um empreendedor empregado, ou seja, ter seu negócio dos sonhos como uma empresa paralela. É uma questão polêmica. O Fábio tem vários subsídios, inclusive pessoais. Vale a pena pensar. Só para ilustrar. Falo sobre o mercado do Profissional Freelancer mas sou, eu mesmo, empregado. Faço meus projetos nas madrugadas e essa foi uma fórmula que preferi desenvolver para ter o melhor dos dois mundos. É mais difícil? Fácil mesmo não conheço nada. Quinto: Falar para quem quer ouvir. (Luli Session) E eis que chegou o senhor Luli Radfahrer, correndo. Cumprimentou o Fábio, o Memória a mim e nos chamou para um papo rápido. Uma entrevista relâmpago. Queria nossa ajuda para dar pequenos testemunhais que o ajudasse no seu projeto-blog-livro. Na minha vez contei um pouco sobre a história do site, dos porques que o escrevo e dei algumas dicas rápidas para quem decidir se tornar um Profissional Freelancer. O podcast deve ficar pronto nos próximos dias. Assim que o tiver publico o link. Mas com toda essa galera reunida e mais o Vicente Tardin que apareceu ao final da tarde, tá bom demais. E por falar nisso, porque estávamos lá? Ah sim, era um encontro de Webesign (continua nos outros finais de semana nas principais capitais do país) no qual os três iriam palestrar. Fui de convidado do Fábio Seixas e aproveitei para assistí-los e entender qual é a dinâmica entre quem fala e quem ouve. Muito interessante e me deixou até com algumas idéias. Mais isso é outra história e já está começando a pintar nos sites dos amigos.
  • Confira a palestra do Fábio, aqui e o post sobre o evento aqui
Convite Final. Tudo bem que a melhor parte da festa foi, mais uma vez, na cozinha. Mas isso não quer dizer que a festa precisa terminar por lá, num sábado meio chuvoso, de um mês recém-começado de um ano que será bastante curto. Vamos levar cada um destes assuntos para outros blogs de Blogópolis? Qual dos cinco temas você gostaria de continuar, discordar, defenestrar etc etc? Escolha um e mande a trackback para este post ou se preferir um comentário. Estamos aguardando. Todos nós.