O mundo corporativo nos engole a todos, é verdade. Mas outro dia mesmo, em meio a um destes workshops que já começam com todos implorando por um final rápido e indolor, presenciei mais uma vez que não vale a pena se deixar subjulgar.

Estava eu, meio que absorto imaginando outras coisas, projetos e idéias, quando ao lado de intenções politicamente calculadas e interessantes como uma pizza de geladeira, deparei-me com pedaços de minha própria autoralidade colados em flip-chats acadêmicos, todos com o intuito de melhorar o ambiente de trabalho, o espírito de equipe, a atenção da liderança etc etc etc.

Eles estavam lá na forma de quatro frases lapidares, meio que de propósito, meio que testando a disposição de todos ao redor em comprar a idéia.

Porque "desdobrar iniciativas estratégicas" se podemos acreditar em nossa própria lenda pessoal como maneira de encurtar caminhos? Porque "dedicas 1/2 hora do meu tempo útil para desenvolver planilhas de acompanhamento e gerenciamento de recursos" quando posso simplesmente reinventar-se a cada segundo esquecendo que o tempo existe?

Descontando as gargalhadas ocultas e as cabeças que sacudiam em tom de desaprovação amiguável, eu estava ali colado. E então pensei em lembrar vocês aqui.

Portanto, vai aí o toque em mais um dos posts relâmpagos que estou reativando (os da série inspiração): caminhe indubitavelmente para a autoralidade. Não caia no conto barato de vender a própria alma criativa em troca de uma forma pré-esperada. O preço é caro demais.

Eu paguei pra ver e me devolveram com troco. Fazer o que né?