franestudioclose.jpg Francine chegou até o carreirasolo mandando um e-mail com algumas dúvidas de como prospectar mais clientes. Além do Mini-Curso, falei, podemos publicar sua entrevista na seção Galerasolo. Qual não foi a surpresa quando, além de concordar rapidamente, esta jornalista nos premiou com esta declaração, ao final de sua entrevista: Atenção, há jornalistas querendo escrever além das redações e das assessorias de imprensa. E há muita gente querendo aprender o que ninguém está ensinando. Atenção, estabelecimentos de ensino. Wake up! Quer algo mais no espírito carreirasolo do que esta afirmação? Leiam agora! Acordem! Fale um pouco sobre esta atividade de "Escrever textos sob encomenda". É a mesma coisa que gosthwriter?
Sim, pode ser chamado dessa forma, mas prefiro o termo em português. Além disso, nem sempre me considero ghost, porque meu nome pode aparecer nos créditos do trabalho, dependendo do que o cliente quer com a obra. O ghost writer criado por Chico Buarque no romande "Budapeste", por exemplo, é totalmente "invisível" por todo o público e esse mistério é responsável por boa parte das emoções da narrativa. Aqui na vida real, nem todo cliente faz questão de me esconder.
Como começou?
Fui procurada por um ex-cliente de uma assessoria de imprensa em que eu havia trabalhado, que conhecia minha redação e sabia que eu tinha conhecimentos sobre a área dele. Aí peguei gosto pela coisa, vi que levava jeito e resolvi continuar.
Tem firma legalizada? Infelizmente, não. O governo parece não querer. Talvez, se eu conseguir um sócio, eu possa abrir uma do tipo Sociedade Simples de Uniprofissionais, segundo o que me informaram no Sebrae. Dedica-se totalmente ou é freela "meio-expediente"?
Depende da época. Já fiz livro nas "horas vagas", tendo um emprego de período integral. Meu chefe sabia e disse que eu não agüentaria. Não foi fácil, mas o livro ficou pronto e está nas livrarias. Atualmente estou me dedicando somente aos meus clientes.
Como aborda e prospecta clientes?
Esse é um desafio que estou aprendendo aos poucos. As indicações ainda são a principal fonte de novos clientes. Quando aparece um interessado, marco uma conversa para saber o que o cliente quer, me fazer conhecer, explicar como eu trabalho e ver se faremos uma boa dupla. Procuro deixá-lo muito à vontade; não acho possível fechar negócio na primeira conversa, pois o cliente precisa ter certeza do que quer publicar, e isso leva um certo tempo. Em geral eles têm uma idéia preliminar do que poderiam escrever, às vezes têm idéias para vários livros e não sabem como transformá-las em um produto editorial vendável. Então meu papel é ajudá-los a definir melhor o que é mais importante publicar nesse momento. Faço muitas perguntas, passo uma "tarefa de casa" e procuro marcar uma segunda conversa, essa já mais objetiva, com o objetivo de fazer uma proposta e fechar preço, cronograma etc.
Costuma formalizar propostas?
Sim, é muito importante. Coloco no papel tudo que está sendo (ou poderá ser) contratado e também o que não está, com o valor previsto do serviço e o que poderá acontecer se houver mudanças imprevistas no serviço prestado.
Qual foi o pior calote?
Estou torcendo e brigando para não tomar um agora. Um cliente está bem atrasado com meu pagamento, e acabei "deixando" isso acontecer porque me pediram a alteração na cláusula do contrato referente à data do pagamento e eu cedi. Claro, me arrependi e já sei que devo ser mais dura na hora de combinar prazos para receber.
O projeto ideal, como seria?
De duração longa (uns seis meses), com remuneração justa, que cobrisse as despesas com RPA (recibo de pagamento de autônomo), fosse aprovado sem muitas alterações e me projetasse no mercado.
Indicaria de olhos fechados:
Também friloprofissionais? Acho que meus amigos estão numa situação mais estável. Indico com todo o afinco a ReDe Comunicação (assessoria de imprensa), Inner Gestão de Pessoas (treinamento de profissionais para o mercado fitness) Edições Inteligentes (editora) e Maria Emília Bretan (advogada).
Espaço livre
O Carreirasolo é ainda minha principal fonte de orientações no campo do posicionamento profissional. Lamento que a formação escolar e universitária esteja ainda tão ultrapassada e sinto falta de cursos (de pós-graduação ou não), congressos e informações para profissionais de jornalismo que não sejam repórteres. O Senac andou anunciando novidades na área de jornalismo, mas não vi nada ainda. Atenção, mercado, jornalismo em jornal está em baixa, não existem mais empregos. Atenção, há jornalistas querendo escrever além das redações e das assessorias de imprensa. E há muita gente querendo aprender o que ninguém está ensinando. Atenção, estabelecimentos de ensino. Wake up!