Eu sou, antes de tudo, redator profissional: traduzo o que o meu cliente tem a dizer para as palavras que o seu público-alvo deseja ouvir, de preferência com criatividade no uso da língua e do pensamento. Acho que meu trabalho também se inclui nas nomenclaturas arquiteto de informação e estrategista de conteúdo: estruturo e escrevo sites e campanhas de publicidade, house organs e folhetos institucionais, livros...2.Entrou para essa vida em:
Décadas atrás, no segundo ano da faculdade.3.Como?
Levei uns artigos para os editores de um tablóide de resistência bancado pelo Fernando Gasparian. Os artigos foram descartados como catastrofistas, mas recebi a encomenda de fazer a resenha de um livro. O primeiro dinheiro que ganhei na vida. Uma delícia.4. Tem firma legalizada?
Não tenho.5. Dedica-se totalmente ou é freela "meio-expediente"?
Há mais de cinco anos, venho sendo freela full-time, mas ao longo da carreira estive contratado e independente algumas vezes.6. Como aborda e prospecta clientes?
Meu público-alvo é formado por pessoas sensacionais: designers, diretores de arte e de criação, empresários ou executivos de design, de publicidade ou de eventos. O método de prospecção é simples: telefono para a pessoa, marco uma entrevista e vou a ela apresentar meu portfólio.7.Costuma formalizar propostas?
Sempre. A proposta contém um resumo do briefing, a descrição do serviço que está sendo orçado, os prazos para a sua execução, o custo e o prazo de pagamento.8. Qual foi o pior calote?
Não me lembro mais; faz tempo.9. O projeto ideal, como seria?
Um projeto com pouco prazo e muita grana com o objetivo de provocar, em milhões de pessoas, mudanças de comportamento que redundassem na melhoria das condições de vida de mais gente ainda.10.Indicaria de olhos fechados:
Os designers e diretores de arte com quem tenho trabalhado ao longo da carreira são quase todos excelentes, mas ficaria chato listá-los aqui.11. Espaço livre
Quando comecei a fazer freelas e durante ainda um bom tempo, o texto, depois de criado e redigido, demorava para chegar ao cliente. O processador de texto era a máquina de escrever, o que tornava bastante complicado conseguir uma boa apresentação para o trabalho. Era preciso, ainda, levar o texto, tarefa que o surgimento do fax auxiliou muito, embora piorando ainda mais a apresentação. Ser freela era ou um sonho inviável pela grande quantidade de tempo demandada por cada job ou uma necessidade entre empregos. A internet tornou possível ser freela em tempo integral e há de se espalhar no Brasil a concepção de que não é necessário conhecer pessoalmente um redator para contratá-lo! Chego a sonhar com e-commerce de textos... o cliente conhece o portfólio pela internet, faz seu cadastro, acerta o contrato por e-mail, faz uma transferência bancária de parte do valor, recebe e comenta o texto por e-mail, recebe a versão final, deposita o restante e pronto. Por enquanto, uso meu site, o www.texto.tk, para mostrar uma seleção dos trabalhos realizados nos últimos três anos. Quem sabe um dia...