Não é novidade que o entretenimento audiovisual tem mudado de formato no Brasil (e no mundo). Projetos de leis, equipamentos, portais e novos planos de internet banda largar velozes são os grandes porta-bandeiras desse movimento que gradualmente pretende deixar a televisão obsoleta. Porém, os empreendedores continuam não dando tanta atenção as oportunidades de negócios que esse novo formato pode oferecer. Poucas empresas tem se aventurado pelo mercado, mas isso não chega nem perto do investimento que deveria estar sendo feito nessa área. É aí que o freelancer pode ver uma oportunidade de ouro. Creative Commons License photo credit: tian2992 Obviamente, é impossível para um profissional sozinho, levantar uma plataforma de conteúdo web em vídeo, mas uma parceria pode mudar tudo. E é exatamente este o caminho necessário para lucrar com conteúdo online. As formas de rentabilização estão ai e todos nós conhecemos. Links patrocinados, vendas casadas com conteúdos tratados, merchandising e etc. A grande dificuldade é, e sempre vai ser, o investimento, que para um projeto sério, gira em torno dezenas de milhares de reais, levando em conta que todo o aparato vai ser comprado em estado de novo. Entre as necessidades, estão servidores de armazenamento de arquivo, ilhas de edição, filmadoras, tripés e outros materiais. Tudo tem um gasto, compreendemos isto. Mas considerando que você precisa de ao menos 10 pessoas trabalhando em parceria para tocar um projeto como este, seu investimento inicial é reduzido. Na hora do retorno de lucro, o calculo é feito da mesma forma que o investimento, o lucro líquido é dividido de acordo com a porcentagem inicial investida por cada “sócio”. Quanto as leis, este é um território nebuloso (o que é bom!). Nosso imposto de renda obviamente exige que declaremos rendimentos vindos de meios digitais como programas de afiliados e links patrocinados, mas a Ancine (Agência nacional de Cinema) não possui uma legislação específica para conteúdo transmedia (web, celulares, tablets, TV’s conectadas e Set Top Boxs). Isso nos poupa uma séria dor de cabeça com impostos e registros. Todo o processo é simplificado. A única exigência é registrar o CPB das obras (gratuito) para podermos comprovar que ela é material nacional (vamos levantar um pouco a bandeira nacional e mostrar o orgulho de ser brasileiro não é?).

A equipe

No que diz respeito aos parceiros de negócio, a seleção é bem diversificada. Uma equipe básica é composta por, no mínimo, dez pessoas de conhecimentos diversos. Cada uma delas, além de investir sua parcela de dinheiro, também irá investir mão-de-obra. Para levantar um projeto como este, é necessário (no que diz respeito ao recurso humano) de:
  • Desenvolvedor Web
  • Designer Gráfico (se possível também motion designer e/ou ilustrador)
  • Editor de vídeo (se possível também colorista e Autorador)
  • Fotógrafo/cinegrafista
  • Operador de áudio (se possível, também músico ou DJ)
  • Publicitário (com experiência em otimização de SEO)
  • Roteirista/Diretor
  • Produtor
  • Contador (Me diz quem não precisa de um?)
  • Redator/Revisor
Para concluir este pequeno e humilde How-to, vale falar sobre a duração de retorno do investimento. Esta área é baseada completamente na especulação. O tempo de retorno do investimento depende da comunicação entre os “sócios” do projeto, em especial, entre o Produtor, o Roteirista/Diretor e o Publicitário. É uma receita simples, porém que demanda cuidado. A troca de informações vai criar um fluxograma, começando pelo Publicitário e terminando pelo Produtor.

Dividindo as funções

O Publicitário vai fazer um estudo de melhores conceitos para gerar renda, para isso, ele vai estudar o comportamento de ferramentas como Google Adsense por exemplo. Ele vai precisar saber o que está dando mais dinheiro em campanhas CPA (custo por ação), CPS (custo por venda), CPL (custo por indicação) e CPC (custo por Clique). Essa lista de “melhores investimentos” deve ser entregue ao Roteirista/Diretor. O Roteirista/Diretor irá verificar a lista de “melhores investimentos” e separar os tópicos que ele pode trabalhar para produzir alguma obra, em seguida, irá criar um esboço de uma sugestão de projeto, que será dada ao Produtor. O Produtor irá pegar as sugestões do projeto e vetar ou aprovar, de acordo com a dificuldade de realização, o custo e tempo de produção e a capacidade profissional dos “sócios” (não adianta nada o Roteirista/Diretor sugerir algo em computação gráfica se o designer gráfico não puder criar o produto final, ou tiver que chamar gente para ajudar que irá gerar um custo que irá tornar tudo inviável). Esse formato pode sofrer alterações constantes de acordo com o conteúdo publicado. Se o portal também ira trabalhar com matérias em texto, o Roteirista/Diretor será substituido pelo Redator/Revisor. Para tirinhas e ilustrações, o Produtor será substituido pelo Designer Gráfico. Obviamente que os outros “sócios” terão suas obrigações, assim como deverão ter chance de ter voz ativa, afinal de contas ninguém quer largar um emprego regular para ir para algo com tão poucas asas para criatividade como o job anterior. Esse formato já funciona no exterior, porém no Brasil pode se contar nos dedos as iniciativas que fazem isto. E esta é a melhor forma de lucrar com o conteúdo transmedia neste novo formato. Existem outras etapas, obviamente, como a portabilização para celulares e tablets Android e iOS, para TVs interativas (como a Samsung Smart TV por exemplo) e para Set Top Boxs (como o Boxee por exemplo), mas estes são processos secundários, a serem levantados e desenvolvidos apenas após o principal ter sido posto em produção. É isso pessoal, espero que gostem desta minha contribuição. Caso alguém queira começar um projeto como este, não esqueçam de falar comigo para participar ;-) Por: Gustavo Henrique Machado da Silva