Gastamos tanto tempo nos atualizando das novidades que nos resta pouca energia para olharmos para o passado, mas a verdade é que devemos o mundo tecnológico em que vivemos a inúmeros protagonistas. Alguns muito famosos, vários outros nem tanto, de Benjamin Franklin a Steve Jobs são várias as personalidades que construíram as diversas ciências que movem a tecnologia. Hoje eu quero agradecer à mãe da programação, Ada Lovelace. Sim, a primeira pessoa a programar no mundo foi uma mulher. Charles Babbage, amigo de Ada e também importante matemático inglês, idealizou em 1837 a chamada máquina analítica, que seria uma ideia rudimentar dos computadores que temos hoje, isto é, uma máquina de uso mais geral, que resolvesse problemas de qualquer complexidade, dependendo da programação que recebesse. Entre 1842 e 1843, a pedido do próprio Babbage, Ada traduziu um artigo do engenheiro italiano Luigi Federico Menabrea sobre a máquina e incluiu uma série de anotações, que acabaram sendo mais extensas que o próprio artigo. Na última delas a "Feiticeira dos Números", como era chamada por Babbage, descreve um passo-a-passo para o cálculo dos números de Bernoulli. Estava escrito o primeiro algoritmo da história. image   A máquina não recebeu patrocínio suficiente e nunca foi construída. De qualquer modo ela serviu como base para o pensamento analítico de Ada, que previa o uso de tecnologia como ferramenta para a sociedade e usos para a máquina que iam além de apenas processar números. Era a ciência poética, uma junção entre a sua área de atuação e a área do pai, o famoso poeta Lord Byron, por quem era fascinada. A vida pessoal de Ada, embora curta foi bastante conturbada. Criada por sua mãe, não teve qualquer contato com o pai, que saiu de casa quando ela tinha apenas um mês de idade. Casou-se com um conde, teve três filhos e faleceu de câncer um pouco antes de completar 37 anos. Seu trabalho foi praticamente esquecido por mais de 100 anos e só voltou a ser reexaminado com o surgimento dos computadores modernos nos anos 40, sendo homenageada em 1980 pelo Departamento de Defesa americano com a criação de uma linguagem de programação que leva seu nome. Recentemente nossa protagonista foi objeto de estudo do autor best-seller Walter Isaacson, biógrafo de Steve Jobs, e é possível saber mais sobre ela e a influência que suas ideias exerceram em seu último livro "Os Inovadores", da Companhia das Letras. Parabéns mulheres e obrigado por tudo, Condessa!