shakinghands.jpgNeste primeiro artigo, conforme prometido, vou começar a relatar o dia-a-dia de meu projeto mais recente. Vamos fazer isso do início ao fim do primeiro ciclo, ou seja na indicação de meu nome até a entrada do site no ar. Logo que lancei a proposta recebi um e-mail de um amigo que, embora não atue nesse mercado, foi preciso em sua dúvida: e se o projeto der algum problema, como você vai fazer? Ué, meu caro, contar. Só que, claro, até mesmo para facilitar o registro do trabalho optei por fazê-lo em um projeto quem tem sua primeira fase muito simples, qual seja, planejar, desenvolver e disponibilizar um site institucional de uma escritório que acabou de ser inaugurado. Podem acontecer contratempos? Sim, e provavelmente vão. O segredo é não torná-los maiores do que realmente são. Seja aqui ou na vida real. Hoje vamos falar de: Indicação, Primeiro Contato, Primeira Reunião e Aprovação de Proposta. Quem me acompanha?

Indicação. Ele é o amigo, do amigo, do amigo...do irmão.

Desta vez aconteceu algo raro na minha vida de Profissional Freelancer: uma indicação de família. Embora meus irmãos atuem há um tempinho em suas profissões (Os dois são do setor financeiro...ou vocês acham que todo mundo nasce com esta tendência enlouquecida de trabalhar com comunicação digital?), tenham algum nome no mercado e sejam profissionais super-competentes, raramente me indicam projetos (ai, ai, ai crianças, vou tomar de volta os gibis do Sandman). Mas desta vez aconteceu: Mauro, indiquei seu site e portfólio para um grande amigo meu. Ele deve ligar para você nesses dias. Ué, vamos nessa, me fale um pouco do perfil da empresa. Conversa encerrada já tinha uma noção, ainda imprecisa, do escopo que poderia oferecer, que parceiro contactar e, baseado em experiências anteriores, até um orçamento inicial em mente.
  • Ponto de atenção: O primeiro contato muitas vezes decide o projeto. Podendo se preparar para ele então, melhor ainda. Neste caso a aproximação entre meu irmão e o cliente foi fundamental, pude levantar um briefing isento antes mesmo de fazer o primeiro contato. Nunca deixe passar uma oportunidade dessas. E se ela não acontecer, invente-a: o google está aí para informar a você tudo o que você precisa saber sobre qualquer coisa.
Mas a brincadeira estava apenas começando. Como o cliente já tinhas meus contatos e até conhecia meu trabalho, fiquei à disposição para receber um telefonema. E pra mim isso quer dizer pronto para o que der e vier.

O primeiro contato é o que fica.

Dois ou três dias depois o telefone tocou. Estava como sempre em minha mesa e antes de atender, fiz uma mentalização positiva, uma oração rápida e meti a cara. Vale o recado: fique sempre concentrado e cercado de energia positiva quando está prestes a receber um telefonema importante. Era o cliente. Queria saber sobre minha metodologia de trabalho, como eu levantaria as informações necessárias, o tipo de conteúdo que trabalharia, que tecnologia usaria, essas coisas. Ah, esqueci de dizer, normalmente o cliente faz essa pergunta com apenas cinco palavras: E aí, como vai ser? Já disse em outros artigos que um dos momentos mais importantes de qualquer projeto é esta primeira ligação. Você está sendo entrevistado pela maior autoridade no assunto dele mesmo e, PETULÂNCIA!, você vai cobrar para levar um conhecimento que ELE tem para a internet, esta terra de ninguém. Portanto, minha dedicação neste momento é total. Contei sobre como realizaria as atividades do projeto, que tipo de profissional contrataria para me ajudar, em quanto tempo, aproximadamente, entregaria a solução e, claro ele estava pronto para fazer a pergunta final:
  • Quanto vai me custar? Esta pergunta eu nunca respondo na primeira ligação. Você está há poucos minutos com um futuro cliente na linha, o mínimo que pode dedicar de atenção a ele é dizer que vai estudar com carinho as necessidades apresentadas e compor um preço que reflita estas necessidades. Corra da pressão, ou fique com o pires na mão.

Uma mesa, dois sócios e uma proposta. On the rocks!

Neste momento, vão custar dois dias. É o tempo que levei para preparar a proposta Técnico Comercial, contactar o parceiro ideal para a jornada e fechar um preço já com margem de negociação na cabeça. Na hora de apresentar optei pela reunião presencial. Abri um buraquinho na agenda apertada e parti para o escritório do cliente, num aprazível condomínio comercial aqui no Rio, repleto de bons restaurantes. Tá certo que a reunião era o sonho de qualquer freelancer: com o dono da empresa. Quando falei sobre as quatro reuniões que todo enfrenta e no Minicurso, da dificuldade que é mapear os presentes em uma reunião de briefing, imaginava situações de alto nível de complexidade. Naquele momento eu estava na mesa com um grande amigo de meu irmão, dono da empresa, e seu sócio, que, sorte!, é fã da Apple. Ou seja, antes de abrirmos a proposta conversamos sobre o iPods, Steve Jobs, Fábulas Corporativas, etc etc. Em 15 minutos estávamos relaxados e prontos para conversar sobre negócios. Na verdade, eles estavam prontos para ouvir. E eu para falar. Apresentei cada um dos capítulos, expliquei porque cada ação é precedida por outra ação, o por quê de minha estratégia estar focada no posicionamento deles como fornecedores de conteúdo específico de seu segmento, o que esperar do site nos próximos meses e anos.
  • Isso tudo estava na proposta, sim senhor Para garantir agilidade em meus projetos, tenho um modelo de proposta Técnico Comercial que, de saída, dá uma apresentada na atividade que mais gosto de fazer no mundo digital: a Estratégia de Conteúdo. Quando um cliente meu recebe um orçamento, normalmente, sabe por quê vai pagar 300 estalecas e não 250 patranhas. A proposta é o primeiro documento do projeto e, por isso mesmo, deve trazer algum diferencial, seja na abordagem, seja na composição do orçamento.
  • Para antecipar os e-mails que certamente chegariam, o modelo desta proposta está aqui

Uma coisa é uma coisa e outra coisa é 13% de desconto.

Então chegamos na última folha do documento, que, como vocês devem ter visto, fala das Estalecas e Patranhas a serem desembolsadas em algumas (poucas) parcelas. É engraçado que, embora convencidos sinceramente do poder que tinham nas mãos, na revolução que iriam promover em seu segmento de negócios, do potencial que um posicionamento online feito por profissionais tem, isso e aquilo, sempre pinta um incômodo na garganta quando o assunto chega no bolso. É normal gente, é normal. A função nossa é cobrar a deles, regatear. Para encurtar o assunto, pratiquei a margem que me foi possível, algo ao redor de 13%. Considero alta. Assim como são minhas expectativas com relação ao futuro com esse cliente. Refeita a proposta e impressa lá mesmo no escritório assinamos todos e fomos felizes para casa.

E na semana que vem...

Dia 27/03 vou falar sobre uma fase bem interessante e os documentos que dela nascem: a pesquisa de mercado, estratégia de conteúdo e criação da estrutura do site. Conto com os comentários de vocês.