Assisti pelo menos umas 10 vezes o Minority Report. A história não tem lá grandes brilhos e seu gancho pseudo-filosófico dura no máximo meia hora nas cabeças mais afeitas a tramas de ficção científica. Contudo...aquela interface na qual o detetive John Anderton(Tom Cruise) editava os filminhos dos pre-cogs...caramba, me tirava o sono. Ficava eu imaginando, com a parte do cérebro especializada em arquitetura de informação, como seria a experiência dos usuários em sites(ou qualquer outro nome que as coisas teriam naquela época) que utilizassem aquele tipo de interface. E que serviços poderiam surgir a partir dali. "Ah deixa pra lá isso é coisa para daqui há 50 anos..." E aí me veio o Steve Jobs, em março de 2007 e mostrou o iPhone. Estava lá a navegação e interação com a tela...mas em formato pequeno e em atividades com alguma limitação. E ontem, ao navegar pelos principais blogs especializados em tecnologia, a “coisa para daqui há 50 anos” ganhou outro nome: Microsoft Surface. Mas será que é isso tudo? Ao ler o material que a internet produziu nestes poucos dias, contando com os press relases oficiais da própria Microsoft, o que posso afirmar é que o Surface (que tinha por codinome Projeto Milan) é uma bela tendência, é uma grande aposta, é ousado, é evolucionário (e não revolucionário, se bem me entendem.) E isso por si só já garante a atenção de meio mundo. surface.jpgÉ Fundamentalmente o que esta nova categoria de produto faz é colocar o usuário definitivamente no controle, sem objetos (mouse, teclado) entre ele e o conteúdo, que passa a ser um item lúdico em sua relação com o mundo da informação digital. O Surface faz um pouco mais, reconhece objetos (câmeras, celulares, ipods...tá, tá...zunes), possibilita que várias pessoas interajam com a mesma informação e é lindo demais. Uma boa jogada foi, no momento, não lançar "home editions" do produto, focando em espaços públicos como lobbys de hotel, restaurantes, cassinos e lojas de celulares. Quer atalho mais rápido para gerar escala do que inocular o vírus do "quero isso em minha casa"? O preço sugerido é de US$ 10 mil em até cinco anos. (Relaxa brazuca, por aqui a coisa demora) Desafios Aqui do lado de criadores de produtos, serviços e idéias, acredito, temos uma oportunidade e tanto de gerar conteúdo para este tipo de plataforma. Tecnicamente a coisa toda roda num pentium duo, com 2 gigões de ram e um windows vista. E mais: como lê os objetos que sobre ele são depositados, todo e qualquer tipo de interação pode acontecer. Isso sem falar na indústria de games, de relacionamento, nos médicos que podem dar aulas, nas palestras, na edição de vídeo, na montagem de revistas (papel) e todo material gráfico, a coisa vai longe. Alguém arrisca em quanto tempo? Informação adicional