photo credit: Wonderlane Ao reunir o “dinheirinho” do Banco Imobiliário, com dados do Detetive, ao tentar encaixar as cartelas do Imagem&Ação com os tanques do War; ou ainda usar as regras do Jogo da Vida para fazer mover as peças do Caça ao Tesouro, enfim; a molecada (13, 6 e 4 anos) não está interessada no final, está interessada no meio. Eu, deixando o adulto invadir este momento, fiquei no canto pensando, meio quietinho; "Ué, será que eles não vão começar a jogar, não? Estão há quase uma hora tentando criar uma regra!" Instantaneamente, uma quarta criança invadiu o chão do quarto para me lembrar, soprando no ouvido: "Ei, estúpido, a brincadeira é CRIAR o JOGO. E não JOGÁ-LO o mais rápido possível". Sorri resignado, lembrando palavras de empreendedores amigos meus: "Vá lá e faça". Isso de trabalhar no mundo das idéias, tem portanto, seus perigos. Você tem que, desde cedo, escolher de que lado da história prefere ficar. E ao fazer esta escolha, lembrar que:
- Primeiro: poucos entendem o que você quer fazer.
- Segundo: menos ainda acreditam.
- Terceiro: você tem que equilibrar heroicamente a criança que quer criar regras eternamente e o adulto que quer ver os dados correrem.
- Quarto: você não sabe se ganha.
- Quinto: mesmo achando que você inventou as regras, elas vieram prontas de outras idéias, e muitas não funcionam quando reunidas.
- Sexto: é difícil achar bons parceiros para o jogo.
- Sétimo: quando os encontrar, não os perca de vista.
- Oitavo: É preciso saber perder porque, muitas vezes, é o primeiro passo para aprender a ganhar.
- Nono: a vida não é um jogo.
- Décimo: é um esporte radical.