family_reading_0   Fala-se com frequência, generalizando, que o brasileiro não tem hábito de leitura. Num lance de exagero, há quem afirme que fugimos do contato com um texto, sobretudo quando se trata de mensagem composta por mais de 200 caracteres. Parece-me que esse não é o retrato fiel da nossa realidade. Andando de metrô, em São Paulo, o que vejo são pessoas com livro, jornal ou revista diante dos olhos. Algumas, sentadas; outras tantas, em pé, equilibram a atenção para que nenhuma palavra, informação ou emoção se perca. Um fato que relativiza o estereótipo segundo o qual temos uma preguiça literária incorrigível. A viagem de metrô me faz lembrar a experiência que tive na última sexta-feira. No final do expediente, entrei na Livraria Cultura, aquele templo dedicado às letras, encravado no Conjunto Nacional. Lotação esgotada. Atendentes correndo de um lado para outro, em busca de publicações de todos os gêneros para todos os tipos de público. “Hoje está calmo, você não imagina como fica no sábado”, disse-me uma vendedora, tão simpática quanto profissional, se é que uma qualidade pode andar separada da outra – na Cultura, não pode. As pessoas estão descobrindo, ou redescobrindo, o prazer da leitura. Quanto ao mercado editorial e livreiro, ele é cada vez mais generoso, tanto na quantidade quanto na qualidade do que oferece. Estão certos. Afinal, nossos leitores merecem o melhor.