AX - Acho que o freela é uma chance de poder trabalhar - e ganhar para isso - enquanto não se coloca em alguma empresa. Tem vantagens e desvantagens. Considero vantagem o fato de muitas vezes se poder trabalhar na própria casa e lá produzir todo o trabalho tendo uma certa flexibilidade de tempo. Isso é muito melhor se você tem um nome na praça, quando procuram você com algum projeto bem interessante. Desvantagens eu considero a impossibilidade - dependendo do projeto - de se trabalhar em equipes multidisciplinares, trocando idéias com mais profissionais e a instabilidade da remuneração. Agora, como eu disse acima, isso depende do know how do profissional e do nome. Para profissionais muito disputados, ser free-lancer pode ser melhor negócio do que pertencer a alguma empresa, a não ser a dele mesmo.CS - Já atuou destaforma?
AX - Sim, muitas vezes.CS - Hoje na agência, temalgum?
AX - Sim. Além da nossa estrutura fixa, temos uma lista de contatos que contratamos como freelas dependendo do projeto que tivermos em mãos. Tem gente de arte, redação, flasheiros, programadores, etc.CS - Como é feita a escolha do freela?
AX - Antes de mais nada, queremos saber da capacidade do profissional através de um portfolio ou de exemplos de trabalhos que ele tenha participado ou produzido. Em segundo lugar, a velocidade dele para entregar o trabalho em questão no prazo estabelecido. Em treceiro, entra a questão do preço deste profissional por hora, ou se ele está dentro do budget do projeto.CS - Quanto tempo costumam durar os contratos dos freelas na agência?
AX - Na Verve os contratamos por projeto, durante o tempo que durarem.CS - Existe o freela profissional?
AX - Existe. Muitas vezes são profissionais que chegaram a um patamar de know-how que para eles pode valer mais a pena só trabalhar como freela. São poucos. Mas há também os que na verdade trabalham direto como freelas porque ainda não conseguiram se colocar em nenhuma empresa por diversos motivos.CS - Você acredita neste modelo de trabalho? Ou antes, é um modelo de trabalho?
AX -De uma maneira mais geral acho que é uma fase por qual a maioria dos profissionais passa e não um modelo de trabalho em si, embora muitos funcionem bem dessa forma. Pode ser lucrativo para donos de agência e produtoras como pode ser para os freelas. Depende muito.CS - Você acha que começar como freela é uma boa para quem está saindo da faculdade?
AX -Não. Acho que o ideal é começar aprendendo na prática em empresas que ofereçam oportunidades de trabalhar ao máximo a criatividade - no caso do pessoal de criação - participando de grandes projetos e desafios constantes, mesmo que a remuneração não seja grande coisa. Aprender é fundamental e a chance de aprender com quem sabe é rara e valiosa. Muitos profissionais recém formados saem da faculdade sem nenhuma experiência e já querendo ganhar rios de dinheiro, o que é um erro brutal. Eu mesmo estagiei muito e as vezes sem ganhar nada. O que ganhei foi experiência. E das boas.CS - O mercado enxerga diferente quem é freela e quemtem "carteria assinada"?
AX -Depende do currículo e da experiência do profissional. Tem profissionais de carteira assinada que são medíocres em empresas as vezes mais medíocres ainda, como tem freelancers cheios de talento e experiência que não estão em empresa alguma, mas estão participando de grandes projetos. Claro que o contrário também acontece.CS - Um conselho para quem é freela
AX - Nunca pare de se aperfeiçoar. Nunca pare de adquirir conhecimento da sua área e das áreas afins. Procure sempre se reciclar, participando de workshops, cursos, etc. Tenha sempre atualizado e bem acabado seu portfólio, seu website, seu cartão de visitas. Aprenda a vender sua própria imagem como profissional. Procure participar de grandes projetos onde se tenha a oportunidade de trabalhar em equipes multidisciplinares. Isso traz experiência, conhecimento e milhões de contatos. Não esqueça que o freela é o agente principal de seu próprio sucesso. ;)A VerveInterativa é uma agência on-line carioca que, em suas próprias palavras se define como não só uma produtora de soluções ou usina de idéias, mas sim uma união entre criatividade, tecnologia e comprometimento com resultados.