Acabei de ler um artigo interessante sobre como as "estórias" são utilizadas em empresas para passar valores, agrupar os times de trabalho e até mesmo passar outros tipos de mensagens, protegendo seus emissores e tranqüilizando os diversos receptores que, sob a custódia do mito, aceitam mais facilmente este ou outro tópico que dito friamente seria mais difícil de aceitar. O artigo, obviamente, trata de grandes corporações. Mas e quanto a nós, pequenas empresas de grandes idéias, muitas vezes, contando com um único sócio-diretor-presidente-boy? Podemos contar com esta força para tocar diferentemente nossos clientes, gerar projetos e estabelecer uma...detesto a palavra...reputação? Acredito que sim. O primeiro post deste site, foi uma mensagem de boas-vindas ao ano de 2004 que você pode ler selecionando o mês de janeiro na coluna ao lado. Nele, abordava entre outras coisas, a questão da Lenda Pessoal: Acredite Em sua lenda pessoal. Em suas mentiras. Em suas dúvidas. Em sua beleza. Em seus erros. Fundamentalmente acredite. Mas não seja cego. Constitua sua crença de boas intenções e razões de sobra. Mesmo que seja sua versão da história, ela precisa soar consistente. Esta á sua defesa. Acredite nos outros - eu sei é difícil e machuca sempre. Eles têm uma boa razão, principalmente, para fazerem coisas ruins. Acredite tanto e se projete dentro de cada um de seus amigos. E dos inimigos também Descontando aí o clima "Use filtro solar", o que fica é que escrevemos nossa própria história e que, em última análise, ela pode ser mais novela do que jornal nacional, além de um poderoso agente de mudança. Desnecessário dizer que somos responsáveis pelo arquétipo de criamos, que vai morar lá no hipocampo dos clientes, como memória imediata: este não é aquele designer que esqueceu de incluir no orçamento os impostos? OU: este não é aquele que sabe tudo de automobilismo?

[caption id="attachment_10389" align="alignnone" width="640"] O Andarilho. Caspar David Friedrich. Reprodução.[/caption]

Escrevemos nossa lenda pessoal através de pequenos detalhes. E isso pode ser tão bom, quanto ruim. Como os marketeiros gostam, é o share-of-mind, que faz com que, a cada novo projeto, lembrem de você: para evitar ou contratar. Seguindo um pouco a linha testemunhal e falando exclusivamente das minhas experiências, vale lembrar: 1. O como não cabe a mim e principalmente,não deixe que caiba a ninguém, contar a você. 2. Evite a todo custo, portanto, importar uma lenda. É claro como água, seja em uma reunião, entrevista ou na entrega do projeto, quando você é um seguidor de modismos e tendências baratas que vão desde expressões ("ducaralho" etc) até "pensamentos" incompletos: "o iPod é um sucesso, contudo..." 3. Não viva em função dela, mas deixe que ela viva em função de você. Um efeito colateral claro de você está vivendo em função de sua lenda pessoal é o saudosismo crônico: "Ah, na época da bolha", "O que eu faria se fosse eu, neste momento?" 4. Não evidencie o momento em que você está manifestando sua lenda pessoal, deixe que ela surja naturalmente, sem atropelos e como resultado do seu trabalho 5. Não acredite em lendas pessoais. Pero que las hay, las hay. Em resumo amigos: vamos ficar atentos ao que falamos de nós mesmos. Sem essa de tentar impressionar. Tente mesmo é ser memorável.