Um dia típico na vida do profissional multitarefa é movido pela aventura de se fazer o que gosta. Contudo, quando se gosta de muita coisa, a aventura é multiplicada a infinitas potências. E é aquele rio de adrenalina e prazer, criando, executando, cantando, assobiando e cortando a cana, enfim. Tudo bem, tudo certo. Só que um dia esse profissional multitarefa começa a trabalhar num escritório novo. Da entrevista, que fora um sucesso, ele saiu contratado com louvor. Acredita, inclusive que porque faz de tudo um muito, tem (teve e terá) larga vantagem sobre seus concorrentes. Tá, vamos concordar, é uma puta qualidade. (Corta. Seis meses depois. O profissional multitarefa chega às 11h no trabalho, emburrado) “Faço de tudo por aqui, mas ninguém valoriza.”, “Eu acho que deveria ganhar mais”, “Um cara de talento como eu poderia estar já em outro nível profissional”, “Preciso sair daqui....”. Essas são as frases que o outrora empolgadíssimo profissional multitarefa irá bradar, ou segredar, por entre os cantos e máquinas de café do escritório.

Ele está certo? Errado? Precipitado? Louco?

Não exatamente. A função deste post é ajudar a crescer uma discussão interessante, baseada em três idéias. Através delas, vamos mostrar porque este tipo de profissional por vezes cai nessa, como ele pode identificar esta armadilha antes que aconteça e, claro, como dela sair. E, bem, explicar que em alguns casos a melhor coisa que você faz é ficar onde está.

#ideia1: Separando o que você gosta de fazer daquilo que precisa ser feito

Sabe uma maneira fácil de evitar a armadilha do super aproveitamento não remunerado se você é um profissional multifunção? Entender exatamente para o que você foi contratado e separar daquilo que você gosta. Veja bem: não estou dizendo que você deve evitar tornar mais brilhantes aquilo que você cria. Mas, guarde bem tudo o que você sabe fazer. Faça aquilo para o que você foi designado excelentemente bem. E guarde suas outras funções para “O” momento. Quando você vai com muita sede, acaba misturando as bolas e, muitas vezes, caindo nessa armadilha. Portanto, olho no laaaance.

#ideia2: Empresas são empresas. Idéias são idéias.

Por ser multitalentoso seu alimento (além de “mana”...provavelmente) são as idéias. Você não pode ver um projetinho no ar, ou uma ideia nova e quer logo executar, né? E mais: você pensa que o ambiente ideal para o florescimento dessa sua idéia maravilhosa é a empresa para a qual você trabalha. E isso, sinto dizer, raramente acontece. Procure então entender que uma empresa tem sua filosofia, direcionamento e missão e, mesmo que você tenha sido contratado para mudar isso, algumas vezes não funciona. Entrando aqui no capítulo de ações que você deve evitar para não se sentir subaproveitado, vale repetir que: Empresas são empresas. Suas idéias, suas idéias. Existem casos em que as duas coisas podem coexistir. Daí, muito provavelmente você seguiu a...

...ideia#3: A melhor empresa, quem sabe, pode ser a sua.

Se você entendeu que deve guardar aquilo que faz de melhor para o momento certo e que algumas empresas não vão mudar a maneira de pensar e agir só porque você sabe plantar bananeira numa mão só, avalie se você tem estrutura (financeira, profissional, psicológica) para dar um próximo passo: abrir sua empresa. Nela, suas idéias serão sua missão, seu tempo será seu guia e seus clientes, um laboratório perfeito. Ah sim, e queria muito ouvir seu comentário sobre o que falamos por aqui.