[ratings] As coisas são assim, você as encontra e, tendo a mente fértil e o coração focado no bem, sempre lhes são úteis. Outro dia aluguei o "The Prestige" sem saber que ele me ajudaria na criação deste artigo aqui. O filme é um três estrelas assinado por Christopher Nolan e apresenta Hugh Jackman e Christian Bale no papel de uma dupla de mágicos em busca do truque perfeito; temos também Michael Caine e David Bowie – muito bem -, no papel de um cara que vocês deviam conhecer, o Nikola Tesla. Já falei dele aqui? Acho que não. Mas vale a pena dar uma olhada na biografia do inventor. Ah sim, tá lá a Scarlett Johansson, como teúda e manteúda de uma dos mágicos, que no final...bem, vejam o final e depois me mandem um e-mail, ok? Porque o artigo continua falando justamente da relação entre o mágico e seu engenheiro. Ali pelo final do século XIX, quando os mágicos eram "o" entretenimento da galera, os truques tinham uma grande dose de engenharia aplicada e a figura do engenheiro era quase que fundamental. Era ele que compartilhava os segredos das traquitanas que faziam os mestres da magia desaparecer, invocar espíritos, flutuar, morrer e ressuscitar, por fim. Ao seu mágico ele dedicava exclusividade. Era uma relação profissional perfeita e financeiramente vantajosa.

Vamos trazer isso para a produção de conteúdo no mundo digitial da primeira década do século XXI?

Claro que dá, é só vestirem seu lado mágico (ou Tesla) por um momento. Vivemos hoje um momento interessante onde os engenheiros querem fazer mágica e assumir o palco. Têm todo direito, nada de mais. Ah não ser por um detalhe: confundem o encanto da magia com o ato de mostrar a traquitana para o público! Uma espécie de magia explícita. E o que acontece? Você paga seu bilhete, senta na primeira fila e começam a piada pelo final. Mostram o truque. Você comprou magia e recebe a aula de mágica, entendeu? É uma relação totalmente diferente. Vamos tentar entender que:
  • Sempre vão existir menos mágicos do que audiências
  • Começar pelo final da piada é tudo, menos engraçado
  • A audiência, por mais que tenha voz, paga para ver magia e não aulas de mágica

Soluções, quero soluções!

Mas como disse no começo do artigo, é preciso ter a mente fértil e o coração focado no bem. E fiquei pensando se a solução para trazer de volta o encantamento a este público tão carente de boa magia não seria criar uma nova dupla, que faria mágica, que encantaria multidões e que encheria o gibão com vários e honestos tostões. A dupla mágico-engenheiro do século XXI é o Editor e o pro-Blogger. E a audiências são vocês. Abracadabra! Alfarrábios

Mas quem era o Tesla?

Nikola Tesla é um personagem cercado de lendas ao redor de seu nascimento, vida e morte. Teria nascido em meio a uma tempestade elétrica, exatamente à meia-noite do dia 28 de junho de 1856, na Servia. Alguns biógrafos citam memória fotográfica e auto-didatismo, por exemplo. Seu trabalho foi inovador e tão avançado para a época que foi pouco compreendido, sendo inclusive classificado como “Top Secret” pelo FBI e Exército Americano, para o qual estaria desenvolvendo armas de guerra. Tem episódios históricos controversos como um sério desentendimento com Thomas Edison (envolvendo não pagamento de bônus por invenções) e uma passagem por Colorado Springs (retratada no filme) onde desenvolveu seus experimentos em alta-voltagem em alta-frequencia (bobina de tesla, indução, rádio-transmissão, etc). Vale a pena uma leitura no verbete na Wikipedia, onde você vai encontrar a lista completa de patentes e teorias.