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Estranha esta tendência que tenho percebido em Cate Blanchett. Sim ela é ótima atriz e sim, é uma aparição exalando centenas de milhares de segundas intenções em cada “TH” aspirado em Elizabeth – The Golden Age (Shekhar Kapur - 2007).
Mas não parece a vocês que ela sempre está trabalhando uma inversão perigosa onde seus próprios papéis a estariam interpretando em seus filmes?
Acho que isso deve ser o maior perigo para qualquer artista que aspira a alguma posteridade. Imagina: vi seu último filme e estava a sua cara. Aliás, todos os seus filmes são a sua cara. Uma espécie de Tarcísio Meira do cinema. Pois acho que Cate Blanchett está começando a ir por este caminho.
O que não quer dizer que não seja um excelente filme
Em ElizabethCate mais uma vez resvala neste vício e, em meio a trama palaciana que retrata a crise entre Inglaterra e Espanha em temos imediatamente anteriores à expansão marítima desta e a retomada do posto de maior nação do globo daquela; a relação dúbia e platônica entre ela e Sir Walter Reilgh e as tentativas de retomada do trono de Mary Stuart. Ganhou seu Oscar em Figurino não foi a toa, com a recriação dos palácios e de uma vida comandada por etiquetas (pessoais e governamentais) que impedem a figura histórica de dar lugar aos desejos mundanos e simples como, conhecer lugares novos.
Cate acerta em transformar a soberana numa prisioneira de sua própria nação.
Mas voltando ao tema do post: a coisa piora na cena do discurso para as tropas, quando nela encarna a Rainha Elfa do Senhor dos Anéis, mas aí já é covardia, porque o filme que deu certo do Peter Jackson está há eras de ser batido enquanto narrativa histórico-aventuresca, certo?
Convido aos leitores a assistirem o excelente Elizabeth - The Golden Age e depois passarem por aqui com seus comentários.
Ah, e se você nunca tinha ouvido falar do filme, segue aí o trailer: