[ratings] cabeca_steveComo você gosta de seu Chopp? Com ou sem espuma? Se essa é uma reposta fácil de responder para você, a leitura do “A Cabeça de Steve Jobs” também será. O livro de Leander Kahney, editor da Wired.com, que há anos acompanha Jobs e suas façanhas pelo mundo da inovação tecnológica e cultural, é por vezes um relato quase fan-boy – daí a espuma – e em outras uma análise mais pop e distanciada dos fatos, lendas e projetos que levaram a “empresa da maçã” a se reiventar duas vezes. Sim, a Apple esteve a beira da falência, a beira de perder o iPod para a Sony e muitas outras coisas que fui descobrindo na leitura agradável dessas pouco mais de 250 páginas.

Eu preferi o malte puro, que poderia até mesmo ser bebido quente.

A minha escolha foi pela leitura mais distanciada, mesmo sendo fã do talento para a inovação do ex-hippie californiano, para poder retirar da obra insights importantes sobre gestão de equipes, prototipação de projetos e habilidade para farejar tendências, todas utilizadas em meu dia-a-dia na Contém Conteúdo. E o livro agrada. Mostra com equilíbrio e várias fontes e citações que vão além do relato apaixonado; para traçar os principais pontos como a primeira saída, o lançamento da PIXAR, a volta de Jobs, o iMac, o iPod, a hub digital, as lojas de varejo. Claro que vez por outra, esbarrei em citações meio entusiasmadas demais, ataques a ex-Ceo´s que não “souberam compreender o quão a frente de seu tempo Steve estava naquele momento” e coisas do gênero. Mas, é só levantar o dedo e pedir ao seu garçom preferido para trocar seu chopp. Esqueça a espuma, o ponto forte do “A Cabeça de Steve Jobs” está nas entrelinhas de um malte importado e que pode ser bebido a temperatura natural, qual seja a capacidade de reunir os vetores de tendências no tempo e projetar, lá na frente o que os consumidores nem sabem que querem, mas não vão conseguir viver sim, num futuro bem próximo.

Estrutura acertada para alcançar a vários públicos.

Talvez para seguir a linha de trabalho de Jobs (levar tecnologia envolta em design de ponta e simples para qualquer usuário destrinchar), o livro tem sacadas bem interessantes. Por exemplo, gosta de pegar traços aparentemente negativos como Despotismo, Elitismo, Controle total e dar uma volta conceitual, atribuindo valores mais positivos e o reflexo dessas ações na vida da Apple, de 1976 até os dias de hoje. Ou, a cada final de capítulo traz “lições de Steve” com pontos gerais para se ter na cabeça na hora de pretender seguir a linha de trabalho do iCeo mais influente do século XXI. Pra onde você vai, de onde você veio, pouco importa. O livro é um contive acerca de quem você vai seguir. (pausa) Jobs? Ou seus consumidores?