[ratings] jumper_cartaz.jpgQuando as primeiras notas de pré-lançamento de Jumper (EUA - 2008 - Doug Liman[bb]) chegaram ao Brasil, ninguém notou, mas a pista era clara: todo foco estava nas locações que, a despeito da tendência atual de "vamos gravar tudo em fundo verde que depois o pessoal de CGI resolve", foram cuidadosamente escolhidas e elevadas a personagens principais da trama. Pelo menos assim nos disse o diretor, que já assinou também Sr. e Sra Smith[bb] e o Ultimato Bourne.[bb] E, não tenha dúvida, Coliseu[bb], Esfinge[bb] e Big Ben[bb] têm interpretações memoráveis. Mas de resto, dá vontade de aproveitar a carona do título e pular fora.

Coitadinho de mim moço, minha família não é normal.

Já não é de hoje que o cinema americano usa o gancho da família desfeita para disparar uma série de justificativas mais do que óbvias. Foi assim com toda a safra de filmes de açougue nos anos 80. Vocês lembram? Grupos de jovens vão curtir uma no lago e ninguém pega ninguém até que as primeiras cabeças comecem a voar? Pois então, aqui é quase isso. David Rice (Hayden Christensen[bb]) é assim, um loser de primeira que, por acaso, descobre ser um Jumper, capaz de explorar pequenas rachaduras no continum espaço-tempo, e por elas viajar. Só pelo espaço, que, por acaso, o leva para dentro de cofres de banco. Uma saída óbvia, como eu disse: "meu pai e nada era a mesma coisa, minha mãe sumiu quando eu tinha 5 anos", diz o moço na narrativa que abre o filme e mostra os "anos de formação" do Jumper por uma NY que nunca o filmou roubando milhões em cofres de banco que, supostamente, são vigiados 24 horas por dia. :P

Andy, Peter e Gancho: a revanche

De forma, seu moço, dona moça, que Jumper soa como uma carona de um dia ou dois na vida do playboy com síndrome de Peter Pan que é do bem mas vacila e que nunca esqueceu a namorada da adolescência, Milly (Rachel Bilson[bb]); esta por sua vez a Andy pós-moderna que não compra a moral do rapaz, dando-lhe vários esporros durante o filme. Ah sim, acreditem, Samuel L. Jackson[bb] faz o caçador de Jumpers, chamados aqui também de Paladinos. Tsc, tsc, tsc. Com direito a arma ninja e tudo, o simulacro do Capitão Gancho que espeta garotos perdidos (ui) pelo mundo desde os tempos medievais (sic). Ou seria desde a época que Anakin o jogou do alto de um prédio? O quê, isso é outro filme? Sorry.
jumper_casal.jpg

O espaço está para ação assim como o tempo está para a ficção.

Nem tudo são erros. A produção é bem cuidada e os efeitos têm lá seu espaço... digo... oportunidade... ou seria tempo? Aliás, fica a nota mental: se as divagações sobre o tempo encantam fãs de ficcção científica e de Lost, aqui para o pessoal da pauleira tá de bom tamanho viajar somente no espaço, tá? E sem explicações: o esforço que se usa para ir daqui até a padaria da esquina, parece ser o mesmo que se precisa para chegar a Tokyo, por exemplo. Um personagem secundário da trama até tenta explicar...mas...se sai meio mal: "quando se movimenta eu consigo teleportar." E só. E sai da frente que lá vem mais uma perseguição envolvendo carros, motos e tudo o que estiver à disposição. Os saltos, um tal de voosh pra lá e voosh pra cá, cansam nos 15 minutos iniciais mas depois arrefecem em função da trama que tenta se desenrolar. E que se enrola como eu disse, em vários fios soltos aqui e acolá que, em nome da sua pipoca de domingo a tarde, não vou revelar. Por enquanto, só o trailer, certo?

Fica aí a caixa de comentários para quem quiser trazer a sua opinião. Eu achei três erros de continuidade e falta de consistência. E você?