Entre a segunda quinzena de dezembro e os primeiro mês do ano, normalmente quando estou de férias, diminuo a quantidade de horas conectado em nome de uma limpeza mental associada, mui intimamente, à literatura.
E vez por outra apareço aqui comentando obras de Borges
A novidade desta vez fica por conta do “A Sombra do Vento“ do espanhol Carlos Ruiz Zafón.
[ratings]À semelhança daquelas bonecas russas que você vai tirando uma de dentro da outra até não poder mais, “A Sombra do Vento“, me arrisco a dizer, apresenta três histórias que se entrelaçam como uma cadeia de DNA…
A primeira nos leva ao Cemitério dos Livros Esquecidos, onde o jovem Daniel Sempere, conduzido pelo pai pelos labirintos desta estranha confraria encontra um exemplar de “A Sombra do Vento” do enigmático e semi-desconhecido Julián Carax.
A segunda é a própria vida de Julián que Daniel vai desvelando ao longo de toda sua infância e juventude através de peças coladas e que remontadas guardam mórbida semelhança entre tempo presente, passado e continuo.
A terceira história, esta do tempo contínuo, pulsa dentro das obras de Julián como combustível para a transformação do próprio Daniel, que vive suas conquistas e desilusões num mundo cercado de livros (é ajudante do pai na livraria da família), histórias e finais nem sempre felizes.
Vale a leitura, principalmente se você é fã dos livros e pode até jurar que eles têm personalidade própria.