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Ofereço meus sete anos de experiência para você decidir se quer mesmo ser freelancer

Eu com 23 anos como gerente de studio

Eu com 23 anos como gerente de studio

Agora, oficialmente essa é a minha ocupação de trabalho mais duradoura, ultrapassando os seis anos e um mês que atuei no GPI como designer gráfico/supervisor de criação. Posso dizer que as duas formaram o profissional que eu sou hoje.

Claro que todas as outras minhas experiências anteriores também me ensinaram muito, principalmente o tempo em que trabalhei no comércio e numa empresa de organização de formaturas que não existe mais hoje. Mas, trabalhar com criação e comunicação da Internet me mudou profundamente!

E como eu sempre faço, eu acabo “revisando” fatos da minha vida e foi inevitável escrever esse artigo.

Posso dizer que sou feliz com o que eu faço, mesmo não chegando nem perto de como gostaria de estar financeiramente, mas sou feliz assim mesmo. É muito gratificante saber que trabalhar como freelancer é como ter uma folha de papel e um lápis na minha mesa. Eu posso desenhar o que eu quiser. Eu posso desenhar algo simples, rebuscado, ousado, tudo é possível! E isso me dá uma perspectiva enorme para trabalhar! Tanto que eu gostaria de ter dias de 48h para poder fazer muito mais!

Eu me envolvo com vários projetos ao mesmo tempo (23 no momento em que estou escrevendo esse texto!) e isso me deixa empolgado, excitado!

Eu moderando um painel no evento WordCampRJ 2014

Mas a vida não é cor de rosa!

Ao mesmo tempo, eu me frustro por não conseguir a qualidade financeira que eu gostaria para a minha família, mesmo sabendo que no formato em que eu me encontro, eu sou até que bem sucedido. Meus filhos estudam numa escola particular, todos da família possuem plano de saúde e a nossa geladeira está sempre cheia, e não é só de água!

Mas a ideia de escrever esse artigo era passar as duas faces da moeda da vida de quem quer empreender, sem ser no jeito “eu-vi-uma-parada-na-gringa-e-vou-fazer-aqui-no-brasil-também-e-me-dar-bem“. Eu queria trazer o meu relato pessoal de um cara que NUNCA planejou ser empreendedor e se viu nessa condição, se ferrou muito no começo e depois conseguiu um lugar meio no Sol, meio na sombra! Não gostaria de escrever um artigo onde eu dissesse para vocês 15 maneiras de ter sucesso enviando e-mail marketing, nem um texto reclamando muito de como o Brasil não está nem aí para quem quer empreender no país.

Não!

Eu só queria passar o que eu vivi nesses últimos sete anos, sob a ótica do que eu achei bacana e ruim para que vocês tirassem a conclusão de vocês na hora de decidir ser freelancer! Combinado? Vamos lá:

O lado positivo de ser freelancer

Eu participo ativamente da vida dos meus filhos

Meu trabalho é uma folha em branco
Gosto da ideia de ter TODAS as opções do mundo para trabalhar. E quando digo TODAS eu estou falando de TODAS mesmo! basta eu querer!

Trabalhar na forma em que eu acredito
É muito gratificante você estudar técnicas, conceitos em busca de “cases” e poder implementá-lo no seu trabalho. Durante a minha vida de funcionário, isso era impossível, pois não havia liberdade de opinião nos lugares onde eu trabalhei.

Ser presente na vida da minha família
Nada no mundo me dá mais alegria do que ver o sorriso dos meus filhos diariamente e o tempo todo! Poder acompanhar as suas conquistas e evolução individuais é realmente mágico!

Que tal um beijinho no meio do expediente?

Qualidade de vida inclusive para namorar!
Sou um romântico incorrigível e ser freelancer me permite esconder bilhetes-surpresa para a minha esposa. Esse ano faremos 19 anos de casados e adoramos beijinhos no meio do meu expediente!

Ônibus? Nãããão!
Perder de 5 a 6 horas diárias no trânsito, nunca mais! De longe o maior benefício de ser freelancer. Tanto é que nos últimos anos, a frota de ônibus da cidade do Rio de Janeiro mudou itinerários, números e cores e eu não decorei nem 10% dessas mudanças. Problemão, né? #sqn

O lado negativo de ser freelancer

Os prazos dos jobs também não esperam!

A falta que o ambiente corporativo faz no meu trabalho
Vizinho chato, rotina doméstica constante e a falta do papo informal com outros profissionais sobre trabalho, fazem da vida do freelancer um grande exercício de foco e determinação.

Quase vida de médico
Do mesmo jeito que eu faço o meu horário, muitas vezes eu preciso trabalhar em sábados, domingos e feriados. Prazos de “jobs” não esperam, e mesmo trabalhando com antecipação, vira e mexe isso acontece.

As cenas do próximo capítulo
Como os dois ambientes, familiar e corporativo, andam juntos no mesmo espaço, eu vivo de micro-compromissos de ambos os lados. É muito comum terminar uma videoconferência de duas horas com um cliente falando sobre números estatísticos e em seguida preparar o lanche dos filhotes. Por mais que já esteja bastante acostumado com essa falta de rotina, alguns dias eu gostaria de atuar num ritmo só.

Os ambientes, familiar e corporativo, andam juntos no mesmo espaço

 

Todo mundo tem um plano até tomar um soco na cara!
Essa frase do ex-pugilista Mike Tyson reflete bem o ambiente freelancer. Variações da economia influenciam diretamente o nosso mercado. Basta ver que a situação política recente do nosso país fez com que os empresários freassem os investimentos em comunicação, e claro, a minha conta bancária ficou rarefeita!

Conceito self-service
Uma das coisas que eu mais detesto (repudio mesmo!) é me tratar como eu gosto de chamar de “profissional self-service”, no melhor estilo, “me vê um site aí rapidinho mas no capricho por favor!” como se eu não estivesse trabalhando nunca e estou disponível para fazer qualquer coisa rápida, bastando apenas levar no caixa pra pagar.

Meus 20 centavos sobre o tema central desse artigo

Bom, se você chegou até essa parte do artigo, deve estar pensando nos prós e contras e imaginando o quanto deve ser legal e ao mesmo tempo difícil ser freelancer. Então eu vou dar algumas pequenas dicas que podem ajudar a contextualizar a vida de um profissional freelancer.

Viver em família! Adoro!!!

Aprendemos o valor do estudo com verdadeiros mestres!

E para finalizar eu quero deixar uma mensagem bem legal para você refletir com muito carinho sobre tudo que eu disse aqui.

Dado Schneider é um especialista em marketing de longa data, com sólidas passagens em grandes empresas e fez uma incrível palestra na Campus Party de 2015 sem dizer UMA ÚNICA PALAVRA!

Claro, teve uma segunda palestras em que ele ampliou ainda mais o conceito apresentado na “palestra muda” falando como o profissional atual precisa se reinventar. Ele mesmo viveu isso na pele e conta isso no livro “Bem na minha vez”.

Vale MUITO assistir o vídeo. Quem sabe você pratica a frase do Albert Einstein: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original“.

😉

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