Todo mundo que se aventura em encarar a vida como Profissional Freelancer tem um cliente em potencial muito importante: ele mesmo. Digo "em potencial" porque não é pequeno o número de pessoas que move mundo e fundos para captar, desenvolver e entregar jobs para dois, três e até quatro clientes ao mesmo tempo e se esquece de que todo este esforço deve ter seu próprio progresso como um dos destinatários. Você aí da terceira fila, não fique imaginando que estou aqui fazendo uma Ode Telegráfica ao egoísmo, muito pelo contrário. Qualquer atividade profissional, sobretudo as intelectuais, destinam-se ao engradecimento pessoal, sim senhor. Acontece que cada lição aprendida deve ser repartida, ou pelo menos, passada para frente. (ahá! Você acabou de entender porque escrevo tanto né!) Aprender e guardar para si mata o conhecimento. Que, aliás, só é conhecimento quando repartido. Lembra aquela história que os dados levam à informação e ao conhecimento? Se não lembra, leia lá no Capital Intelectual, que aliás recomendo. man-looking-in-mirror

Conhecimento se compartilha

Mas voltando. Há umas semanas atrás entramos numa seara técnica de repartir experiências sobre como confeccionar propostas, orçamentos, apresentar-se em reuniões e muitos outros assuntos. É legal sem dúvida. Mas me bateu agora uma dúvida se é só isso que pretendo. Fomentar parcerias, atrair projetos, ajudar com uma infinitesimal migalha de experiência pessoal um mercado que tem tudo para explodir, isso tudo vamos continuar fazendo. Mas e quando o projeto acaba. O que fica? Tem todo este lado de olhar para si e tentar descobrir para que, afinal, serve tudo isso. Eu, por exemplo, gosto muito de interagir com pessoas diferentes, em ocasiões diversas e, com isso, manter uma perspectiva unicamente global, fraterna e não preconceituosa sobre tudo o que acontece. Não é tiração de onda não...eu sou assim mesmo.

Minha Samsara: um mundo como professor num eterno aprendizado

A boa notícia é que não precisa ser a sua. Você pode olhar as coisas só pelo lado mais aparente e achar que está só produzindo mais uma página em html em mais um projeto, de mais um cliente para ganhar mais uns tostões. E seja bem-vindo ao mundo do "eu sou mais um...". Tudo é somente (...com perdão da aliteração forçada...) aquilo, se você não vê o todo. Do contrário, quando você passa a centrar seu esforço num constante aprimoramento pessoal o todo fica um pouco mais simples e os próprios erros dos outros mostram-se uma boa chance de melhora e oportunidade de ajuda. Claro, claro...todo mundo vai achar que nem precisa pagar e você é um cara tãaaaao evoluído que nem liga para essas coisas materiais. Aí é hora de trazer a alma para a terra novamente e começar a fazer a proposta, ou cobrar o cumprimento do contrato. O tempo certo de Deus entende que ser humano faz parte do trato.