e-possivel-ser-anonimo-na-internet Em 2013, o mundo e, especialmente, o Brasil, soube com certa surpresa que praticamente todas as informações disponíveis na internet, envolvendo grandes e tradicionais empresas de tecnologia, como Google, Apple e Yahoo, eram alvo de espionagem por parte do governo americano. A revelação, que começou com o ex-técnico da agência de segurança nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), Edward Snowden, teve repercussão ainda maior aqui no país, já que não apenas o governo brasileiro foi também mais um dos diversos alvos, como também o jornalista responsável por divulgar os documentos secretos, Glenn Greenwald, mora no Rio de Janeiro. A partir desses fatos, a segurança na web tornou-se um dos temas mais importantes para aqueles que usam a rede diariamente e com mais intensidade, seja para trabalho, pesquisa ou lazer. A grande questão é se podemos realmente usar a internet anonimamente — o que não parece ser tão fácil. De acordo com Paulo Pagliusi, especialista em segurança da informação, em relação à segurança cibernética, numa escala de 0 a 10, o Brasil é nota 4. Mas a partir desta semana, este passará a ser um dos tópicos com maior respaldo no Marco Civil da Internet que, aprovador pelo governo em abril, entrou em vigor na última segunda-feira, dia 23. Dentre outros pontos, a proteção aos dados dos usuários é um dos mais importantes da nova lei. Por outro lado, um post recente no site da revista Wired tratou do tema e deu algumas dicas de segurança alternativas, mas que também merecem ser conhecidas caso seja necessário tornar a navegação na internet mais confiável e menos vulnerável a invasões e vazamentos de informações. Tais dicas incluem o uso do Tor, um browser que permite navegar na internet (e na Deep Web) com alguma privacidade, além de certos aplicativos de código aberto para envio de e-mails, troca de mensagens instantâneas e até para transferência de arquivos — sim, esqueça os serviços de Google, Microsoft e Dropbox, nesse caso. Ainda assim, é bom ter consciência de que quase tudo o que estiver ao alcance de qualquer browser, pode ser encontrado por quem quer que seja. Ainda mais se for o caso de uma agência governamental com orçamento de bilhões de dólares.

No fim das contas, tenha consciência que:

1. No momento, o Tor é realmente o único browser que mais se aproxima da ideia de anonimato na internet, mas não é perfeito. Numa das apresentações em PowerPoint vazadas por Edward Snowden, a NSA já teria conseguido explorar certas vulnerabilidades do browser, expondo as identidades de seus usuários. Caso não queira trocar de navegador, experimente usar a janela anônima no Chrome ou a navegação privada no Safari, ainda que não seja, nem de longe, a mesma coisa. 2. Mantenha seu sistema operacional e todos os aplicativos instalados no seu computador sempre atualizados. Além disso, cuidado com tudo o que clica e tenha, no mínimo, um firewall habilitado. Roteadores mais modernos incluem um sistema de segurança razoável para conexões wifi. Se ainda não verificou o seu, aproveite a dica. 3. Se o que você busca é privacidade de verdade, então será preciso tomar uma atitude radical e evitar a internet: as tecnologias, em geral, já evoluíram muito e uma boa pesquisa na rede pode revelar o histórico de pessoas, marcas, governos e empresas. E nunca acredite que qualquer conteúdo, certa vez publicado e depois deletado, estará perdido na web — está aí o cache do Google que não nos deixa mentir. Fique ligado! Aproveite a oportunidade para saber mais sobre privacidade e segurança online na Central de Proteção e Segurança, da Microsoft. E por fim, já que precaução na web nunca é demais, baixe também a Cartilha de Segurança para Internet, lançada no ano passado pelo Comitê Gestor da Internet (CGI). E aí, tem mais alguma dica? Quer participar do papo? Comente aí! Colaborou: Alexandre Bobeda