android-wear Talvez não exista, nesse exato momento em que você me lê, um só profissional que não tenha ouvido falar do novo Android Wear. Resumindo de uma forma bem prática o Wear é ampliação da plataforma Android para uma nova geração de dispositivos portáteis, os smartwatches.  Conceitualmente falando, ele é uma tentativa de criar convergência conceitual, através de um novo fluxo de conteúdos que se espalham através de vários suportes midiáticos. Mas, ao mesmo tempo, cria divergência tecnológica a partir do momento em que fragmenta os devices que dão suporte a essas novas mídias. Em termos bem simples, fragmenta o suporte Smartphone em inúmeros aparelhos vestíveis, espalhados por todo o seu corpo. Mas o nosso viés aqui é analisar as possibilidades que essa inovação abre para o mercado Freelancer: Designers, Desenvolvedores, Gerentes de projetos interativos, entre outros. O que esse novo mundo que aponta no futuro promete trazer para nós? Vamos tentar descrobrir.

Mas primeiro, o que é esse Wear?

Ele é uma versão do Android totalmente adaptada para aparelhos vestíveis, e não só relógios. Não podemos nos restringir somente ao pulso das pessoas, isso é pensar limitado. As possibilidade são muito maiores. Quando uma nova tecnologia nos é mostrada precisamos tentar entender filosoficamente qual a visão de futuro que está impressa naquela proposta. Sem isso o profissional é meramente reativo às mudanças propostas e não analisa se aquela tecnologia vai no caminho que ele quer ir, ou pior, se investir nela realmente vai garantir o futuro da sua profissão. Por tanto, o que está por trás dessa proposta?

Uma outra visão de Futuro

Como falei acima, uma computação pessoal descentralizada muda o paradigma hoje vigente. Busca tirar de um só aparelho, o Smartphone, o reinado que foi construído. Hoje vivemos o Paradoxo da Caixa Preta, muito bem descrito no livro "Convergência Cultural". Estamos sempre procurando a nova caixa, o novo device, que vai unir tudo o que precisamos em um só lugar e será o nosso hub com o Universo. A proposta aqui é no caminho inverso, é descentralizar e desconcentrar. É dividir. E com isso criar um novo mercado que demanda de um novo tipo de pensamento dos profissionais que querem atuar nele. Se essa visão de futuro se confirmar, vamos precisar de muitas mentes criativas e muitos braços competentes para desenvolver para tantos aparelhos diferentes. O modelo mental para pensar a entrega de toda essa informação, fragmentada em muitos lugares diferentes, é completamente diferente da que temos hoje. Nas palavras dos engenheiros do Google, o Android Wear foi feito para tirar o máximo proveito das muitas telas, essas que você usa todos os dias - seja em seu carro, no bolso ou, agora, em seu pulso. O que hoje entendemos como um padrão irrevogável vai mudar muito, os devices mobile devem se dividir e se espalharem pelo seu corpo (nas roupas, tênis, óculos, relógios), na sua casa, no seu entorno.

O que significa para o mercado?

Vamos tentar pensar com a cabeça de um desenvolvedor de aplicativos. Vamos supor que eu criei um app para controlar os meus horários, nele posso inserir quantas horas eu trabalhei, separado por projeto. Vamos dizer que eu posso integrar o uso da Geolocalização e do NFC para que, por exemplo, quando eu chegar em um cliente para uma reunião, ele saiba disso e comece a contar o tempo, automaticamente, em que estou trabalhando nesse projeto, numa tarefa chamado Reunião Externa. Parece bem útil, certo? [caption id="attachment_16380" align="aligncenter" width="300"]Referência: http://arstechnica.com/ Referência: http://arstechnica.com/[/caption] Hoje em dia, isso tudo está concentrado no meu celular, ele precisa fazer todo o trabalho. Mas e se eu tiver um Moto 360, o relógio com Android Wear que a Motorola vai lançar? Eu posso, por exemplo, programar o aplicativo para usar os sensores para me monitorar, mostrando na tela que já começou a contar. Posso, através de uma pulseira, inserir por voz, anotações da reunião, sem ter que pegar o celular. Posso até deixar meu celular recebendo ligações, dispensando elas no relógio, ou no óculos. Agora, como desenvolvedor, como eu faço para que o meu app já esteja pronto para esse futuro? A programação não é a parte mais complicada, o difícil é pensar conceitualmente na quantidade de informações e interações que o meu aplicativo gera e onde elas podem ser mais úteis para o meu usuário, nesse cenário eu não posso exagerar nas notificações que os vestíveis recebem, se não a vida de quem os usa não vai ficar mais simples, vai complicar. E se o meu app for o responsável, ele vai ser desinstalado. Nesse novo cenário, os desafios e as possibilidades são igualmente grandes, mas é preciso pensar de uma nova maneira.

Falando em possibilidades...

Este sistema foi projetado para trazer uma nova experiência ao usuário comum e ser, ao mesmo tempo, uma plataforma de desenvolvimento consistente para esta nova geração de dispositivos. É realmente empolgante pensar no que podemos construir no futuro. Pense na quantidade de sensores que temos hoje em dia. Pense na computação sempre presente, divergindo em vários aparelhos diferentes. [caption id="attachment_16379" align="aligncenter" width="300"]Notificações de clima no Android Wear Referência: http://arstechnica.com/[/caption] Os aparelhos num futuro próximo vão poder interagir entre si, sem a nossa interferência, vão saber cada vez mais de nós, porque vão medir nosso batimento cardíaco, vão saber se estamos estressados ou felizes. Vão saber nossa posição em relação a nossas casas, ou trabalho. E vão poder entregar informação extremamente relevante no momento exato. Mas para isso é preciso que desenvolvemos todo o background para que a mágica aconteça. Os aparelhos precisam ser criados, as interfaces desenvolvidas, os sistemas programados. E isso tem tudo a ver com você, profissional que me lê.

O que isso tem que ver com os freelancers?

Como disse acima, para que o futuro aconteça, da maneira que estou prevendo que ele vai acontecer (e não se engane, isso não é ideia minha, muitos outros já falaram sobre isso) muito trabalho deve ser feito. Primeiro é preciso que o mercado, como um todo, aposte nesse futuro, o que parece ter acontecido, basta ver a quantidade de lançamentos de vestíves na última CES 2014. Então, amigos freelancers, me parece lógico pensar que um novo mercado aponta no futuro, e ele vai precisar que alguém o construa. Pode ser você, e na minha percepção, basta se preparar, reavaliando, sob essa nova ótica o que temos hoje em dia. É mais uma mudança conceitual do que prática, mas muito importante.

Os desafios desse novo cenário

Já vimos que a parta programática desse novo paradigma não é mais complexa do que a mudança, necessária, que precisamos fazer nos conceitos com que trabalhamos. E esse é o principal desafio, o profissional que quer atuar nesse novo cenário precisa fazer essa revisão filosófica e conceitual no que produz, se quer atuar nesse mercado. Vamos precisar de profissionais que planejem pensando em divergência de suportes e em como dividir e refinar o contato de cada pedaço da informação com o usuário no momento exato em que ele precisar dela. Esse é um desafio e tanto. [caption id="attachment_16381" align="aligncenter" width="300"]Referência: http://arstechnica.com/ Referência: http://arstechnica.com/[/caption] Para saber mais: