Regra Geral
Para começar, revistas como a National Geographic, acredito, costumam trabalhar de duas maneiras: 1 - convite (eles entram em contato com o fotógrafo para um determinado projeto) ou, 2 - projeto (você envia um projeto, normalmente já meio encaminhado, e eles aprovam). Até onde eu saiba os fotógrafos do staff deste tipo de publicação são headhunted, ou seja, escolhidos por eles e não selecionados por contato direto. A maioria das publicações possui regras muito definidas e claras sobre colaborações e possíveis contratações. A National Geographic, só para citar nosso exemplo, não é exceção e tem até um Faq sobre o assunto. E de nada adianta você tentar vender algo para alguém que não quer comprar. Sempre haverá alguma publicação procurando o material que você tem, é só uma questão de procurar e se adequar.Dicas
- Você tem portfolio online? Pode ser uma boa forma - mesmo que em um Flickr ou um Carbonmade da vida - de ser visto, conhecido e chamado para os assignments.
- Outra forma bastante eficaz de ser contratado é pertencer a uma agência de imagens. A própria Corbis, por exemplo, avalia portfolios para inclusão em seu banco de dados de fotógrafos. Isso vale para qualquer tipo de publicação.
- Vale a pena, mesmo que talvez não financeiramente no início, entrar para organizações grandes como essa por que são eles que os editores procuram quando querem alguém novo.
- Outro caminho, mas isso é apenas para poucos felizardos, é conseguir um agente, ou um "art dealer" para continuar nos jargões (e facilitar a sua busca no Google). Conselho: quando você conseguir um agente lembre-se sempre de enviar o contrato para algum advogado da sua confiança. Não assine nada antes de entender completamente as consequências do que você está assinando, ok? A grande maioria dos agentes de fotografia é correta e profissional mas infelizmente ética não é uma lei da física.
Enquando isso...na terra dos papagaios...
Isso tudo que falei acima é em termos de mundo. Quando falamos de Brasil isso é verdadeiro também mas o poder do boca-a-boca ainda é muito grande e um contato com editores diretamente pode ser um bom caminho.- É legal também acompanhar algumas revistas do meio, para começar a saber quem é quem na indústria. Recomento da Editor & Publisher, a Publishing News inglês e o Publish News brasileiro (tem até uma newsletter).
- Estas revistas falam muito do mainstream, e muitas excelentes publicações e/ou editoras ficam de fora, mas ainda assim vale acompanhar como termômetro do que está em moda e, conseqüentemente, de que tipo de trabalho estão "comprando". Por falar em "comprar", é bom sempre dar uma espiada na Media Job Market também.
- Importante: lá fora existe a distinção entre o “editor” e o “publisher”. Normalmente quem bate o martelo final sobre imagens é o publisher, não o editor. São poucos os lugares como o Brasil, onde o editor e o publisher são uma pessoa só.
- Ah sim: aconselho a primeiro fazer um portfolio online e depois enviar cartas curtas e simpáticas - (curtas, já falei curtas? curtas é importante!) - para os editores se apresentando e dando o endereço do seu portfolio.
- Não esqueça de fazer o famoso fup (follow-up), ou seja, ligue e pergunte se recebeu, se viu, se gostou, essas coisas. E claro, não esqueça de fornecer formas diferentes de contato (email, tel, celular, sinal de fumaça, qualquer coisa que você atenda sempre).
- Os periódicos de natureza documental e/ou científica costumam funcionar muito mais por projeto. Vamos documentar as antas no cerrado! Aí você vai, escreve o projeto, apresenta e manda. Depois de você já ter feito um projeto desses, passa a ser conhecido e considerado por aquele periódico no quadro fixo.