plataforma-do-google-ajudará-na-construcao-do-maior-banco-de-dados-do-mundo-sobre-o-autismo O Google, em pareceria com a Autism Speaks, organização científica que auxilia pessoas com autismo, será responsável pela criação do maior banco de dados do mundo sobre a doença com a intenção de buscar avanços na compreensão, diagnóstico e tratamento do autismo e seus subtipos. Para conseguir gerenciar e analisar os dados, a Autism Speaks utilizará a plataforma Google Cloud para gerir as informações e criar uma biblioteca com informações genômicas de indivíduos com autismo e seus familiares. A intenção é que seja possível sequenciar os genomas completos de cerca de 10 mil pessoas. Para o diretor de ciência da Autism Speaks, Rob Ring, a iniciativa representa uma possibilidade real de transformação na forma como o autismo é compreendido pelas pessoas em todo o mundo. Ainda de acordo com Ring, esta é a oportunidade-chave para redefinir o futuro da assistência médica para os autistas. Não há previsão de data de conclusão do projeto, mas a organização científica afirmou que já possui cerca de 2 mil amostras, e que trará ao banco de dados mais 3 mil genomas, uma vez que eles estejam prontos. Um olhar sobre o autismo O filme Rain Man estreou em 1988 com Dustin Hoffman e o ainda iniciante Tom Cruise nos papéis principais. Naquela época, o transtorno do autismo ainda era pouco divulgado na mídia, o que fez com que o personagem de Hoffman se transformasse em uma espécie de referência mundial. Grande parte da sociedade e da mídia em geral associava as características do personagem ao transtorno, o que resultou em um entendimento superficial da doença. Mesmo assim, o filme teve um papel extremamente relevante para a apresentação do autismo, além de contribuir para um debate mais profundo sobre o tema. De acordo com as estimativas reveladas em março deste ano pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos, uma em cada 68 crianças americanas tem autismo, o que representa um aumento de 30% em comparação com os números anteriores, divulgados em 2012. Alguns especialistas acreditam que as taxas mais altas refletem o fato de que pais, médicos e professores estão mais esclarecidos sobre os sinais do autismo, o que resultaria em mais crianças sendo diagnosticadas precocemente com o distúrbio. Segundo especialistas, a detecção precoce do autismo é a ferramenta mais eficaz que temos para fazer a diferença na vida dessas crianças. Aqui no Brasil não há estatísticas atualizadas neste sentido. A última amostragem relevante foi publicada no início de 2011, com dados de 2010. O primeiro estudo de epidemiologia de autismo da América Latina, liderado pelo psiquiatra da infância Marcos Tomanik Mercadante (1960-2011), realizou uma amostragem na cidade paulista de Atibaia, que indicou a prevalência de um caso de autismo para cada 368 crianças de 7 a 12 anos. Fica aqui a nossa esperança para que a ciência construa mais pontes com o intuito de revelar ao mundo a essência do universo particular existente em cada ser humano. Colaborou: Úrsula Neves