É isso mesmo: dê tempo para você mesmo e relaxe. Sua criatividade agradece.

Antes de iniciar o texto dessa semana, eu gostaria de começar pedindo desculpas pela incoerência do título e do que vou fazer a seguir. Já que vou dizer pra você que o caminho do sucesso (não sei o que é isso) só pode ser alcançado sendo mais preguiçoso e em seguida eu escrevo um texto enorme contrariando minha própria regra de ouro. Dito isso, apenas para reforçar e evitar futuros aborrecimentos, esse é um texto produzido por um quase designer que ganha a vida trabalhando seis dias por semana, catorze horas diárias e que ainda arruma tempo para fazer cursos, ir ao cinema e fazer alguns freelas nesse meio tempo. O texto tem a intenção de aconselhar e também entreter, é basicamente uma redação de humor, sério não leve ao pé da letra nada do que eu escrever aqui (a menos que você pretenda viver até os oitenta anos sem sofrer um ataque cardíaco causado pelo estresse). Para começar vou explicar o que eu considero um preguiçoso funcional, não confundir com um vagabundo funcional (esse não trabalha nunca e é apenas uma espécie de parasita social). Um preguiçoso funcional é um profissional com muita ambição e vontade de crescer profissionalmente, mas que entende que um prédio não pode ser construído em três dias e nem que uma carreira profissional pode ser formada da noite pro dia. Como um designer e freelancer levei um tempo para redescobrir o prazer de desacelerar minha rotina caótica. Como todo bom paulistano eu acordava pouco antes do despertador tocar. Saia de casa sem comer nada, voava para o serviço em ritmo acelerado. Entrava e saia dos transportes públicos como se estivesse mega atrasado para alguma reunião urgente. Chegava no setor e começava a trabalhar de maneira frenética, muitas vezes inventando mini tarefas para me manter produtivo quando não havia nenhuma atividade pendente. Almoçava em dez minutos e já ia me ocupar com outra atividade qualquer. Eu sei porque eu agia dessa maneira. Medo de perder o pouco que eu havia conquistado. Como tantas pessoas estressadas e temerosas de perder seus empregos e seus status sociais acabei me contagiando pela sensação de que de uma hora pra outra tudo poderia ruir e eu estaria na miséria. Então comecei a correr, acordar apressado, me espremer nos vagões lotados, alimentação deficiente, noites mal dormidas e nem pensar em deixar de entregar os jobs para ir numa festa ou passar a noite de bobeira com os amigos. Precisava ganhar dinheiro, mantê-lo no banco e conseguir mais clientes. E o resultado dessa correria toda, foi que todos os meus medos eram infundados. Perdi o emprego, fiquei oito meses sem assinar minha carteira profissional. Meu mundo não ruiu, não fiquei na miséria. Vivia de freelas ocasionais. Encontrei tempo para voltar a estudar design, aprendi a trabalhar num ritmo menos estressante e diminui minha rotina diária. Graças a isso minha vida profissional e social entrou nos eixos. Aí você me pergunta: Mas calma lá, você ainda trabalha muitas horas por semana e vive sempre ocupado, como ser preguiçoso desse jeito? Fácil. Eu não me imponho nenhuma pressão psicológica e nem permito que meus clientes me imponham seus prazos malucos. Eu adoro trabalhar com produção de conteúdo digital e gráfico, mas só faço isso quando estou cem por cento a vontade com meu trabalho. Também não tenho o hábito de correr atrás de novos clientes, eu compartilho meu trabalho nas redes sociais e algumas pessoas me procuram para fazer algum projeto para elas. Eu faço no meu ritmo, sem pressão desnecessária. Não fico é claro sentado esperando a inspiração chegar. Geralmente aviso meus clientes sobre como funciona meu cronograma de produção, entro no meu estúdio e faço o serviço enquanto estou motivado e me divertindo com o processo. Quando a bateria descarrega, corro pra sala para assistir um filme, jogar uma partidinha de ps4 ou tirar um cochilo. Zero de estresse.   Resumindo essa é a dica que deixo para quem deseja trabalhar ou encarar a vida de freelancer ou que pretenda conciliar a vida de funcionário assalariado e freelancer de fim de semana. Permita-se desacelerar de vez em quando. Use seu tempo ocioso para ler novos livros, fazer outros cursos, visitar eventos diversos para dar tempo da sua criatividade aflorar e também para deixar sua rotina profissional menos penosa. Mesmo sendo um tipo de trabalho, ele tem que ser prazeroso e divertido do início ao fim ok. Se gostou do texto e não lhe dar muito trabalho, deixe seu comentário ou sugestões bacanas para desacelerar de maneira proveitosa.