No post que preparamos especificamente para o Designers comentei o seguinte:
O Google, claro, quer que a Web continue sendo o centro da nova experiência de navegação na internet. Em um mundo de aplicativos, perder o acesso a web no meio que mais cresce, o móvel, é decretar a morte da maior fonte de lucro da empresa: anúncios em resultados de busca e páginas.
Isso veio de uma palestra, a "Making the mobile web fast, feature-rich, and beautiful", que foi apresentada como uma revisão da web móvel, onde o Google tentou entender quais as maiores forças da camada visual da Internet. O discurso é de reconstrução e aperfeiçoamento dessas características, além da integração do funcionamento do Chrome aos aplicativos nativos, buscando uma sinergia. Como a Web é muitas vezes a primeira experiência dos novos usuários, cenário que se repete no mundo dos smartphones e tablets, houve um grande investimento na melhoria em performance dos navegadores mobile, APIs e funcionalidades server-side. Agora podemos ter a esperança de mais velocidade, recursos e as ferramentas para o desenvolvimento de grandes aplicações web, também em aparelhos móveis. io14-071 Esse discurso faz parte do amadurecimento de uma plataforma chamada Polymer que foi lançada ano passado no mesmo I/O, mas que somente esse ano chegou ao patamar de estrela da companhia.

Mas, o que é esse Polymer?

Resumidamente ele é um polyfill, ou seja, uma biblioteca que visa facilitar e potencializar a adoção dos Web Components. Existem outras como, por exemplo, o x-tags da Mozilla e muitos ainda devem ser criados. Esses componentes são formados por cinco partes (Templates, Decorators, Custom Elements, Shadow DOM e Imports) projetadas para serem usadas em conjunto, permitindo que os autores de aplicações web definam widgets com um nível de riqueza visual impossíveis de conseguir com CSS, além da facilidade de composição e reutilização que não são possíveis com as bibliotecas atuais. Voltando um pouco na história da Web, o HTML 5 foi o precursor desse movimento de criar componentes para desenvolvimento web. Uma das melhores características do estágio atual é que qualquer um pode procurar, importar e usar componentes de terceiros. Neste momento somente o Internet Explorer não dá suporte completo a essa tecnologia. Mas muitos dos aplicativos feitos em HTML 5 precisam mais do que um navegador, eles necessitam de todas as ferramentas de uma aplicação nativa. E aí entram os Web Components. Esses elementos customizáveis ganharam tanta forma nesses últimos anos que acabaram chamando a atenção de gigantes do mercado. O Google por exemplo, colocou um time de peso no desenvolvimento do Polymer e priorizou sua adoção para acelerar o processo seu uso no dia-a-dia. Se quiser saber mais sobre Web Components acesse o site http://webcomponents.org, onde nosso companheiro de Carreira Solo, o Bernand de Luna e mais três brasileiros colaboraram na criação. O maior e mais conhecido site para listar os custom elements é o http://customelements.io que foi criado pelo próprio Bernardo e pelo Zeno Rocha, sendo adotado no mundo todo. io14-015   Então já deu para entender que o Polymer foi criado para ser o braço direito do Material Design. Isso deve impactar diretamente no trabalho de desenvolvedores e designers que adotarem essas tecnologias e padrões. As duas palestras mais importantes que aconteceram no I/O sobre o tema foram a "Webcomponents mudam tudo que você sabe sobre desenvolvimento web", que é o caminho que o Google apresenta para os desenvolvedores  e "Unlock the next era of UI development with Polymer", fundamental para entender a base dessa proposta. io14-079 Pessoalmente, entendo que o objetivo seja, para os desenvolvedores, criar uma interface de usuário coesa em qualquer plataforma, seja um aplicativo, site ou uma mistura deles. Eu, se trabalhasse com desenvolvimento, estaria empolgado com as possibilidades. Mas entrar em um mundo totalmente multi-tela significa que precisaremos repensar a forma como criamos nossas aplicações. Produzir alguns PSDs não vai ser mais suficiente, vamos ter que começar a enxergar as coisas que projetamos como componentes de um sistema maior. A intenção dos criadores do Polymer é revolucionar esse processo, são novas ferramentas que foram criadas para gerar as interfaces dos futuro, buscando encurtar o tempo entre a concepção e a realidade. Portanto, o futuro proposto pelo Google, se o Material Design e os componentes web forem adotados pela comunidade, vai dar nascimento a coisas como o Crosswalk, uma plataforma para criar aplicações híbridas entre Android, Chrome ou Safari. Para quem se interessou, o Crosswalk é um runtime web para aplicações HTML5 que fornece todas as ferramentas de um navegador moderno, combinando uma integração profunda com os devices usados e uma API para adicionar extensões nativas. É especialmente indicado para aparelhos móveis, dando suporte ao Android e ao Tizen. Confira no vídeo abaixo algumas informações complementares sobre ele:   Chrome Apps on Android and iOS Essa é a mostra do caminho que o Google quer seguir e para isso juntou parceiros e convidou a comunidade para contribuir para construir isso: O Android como centro das interfaces, com os navegadores web como uma das bases de aplicações multi-telas e blocos de código sendo reutilizados, importados e melhorados. Você que é desenvolvedor, me diga, o que acha dessa proposta? Se você, designer ou desenvolvedor, quer saber como o Material Design vai funcionar em conjunto com os componentes web, através do Polymer, eu tenho duas indicações. Primeiro o vídeo "Material witness: How Android material applications work" e o PolymerLabs o melhor lugar para achar, baixar e começar a reusar elementos, os web components. Para quem quer ver, ou rever, todo o vídeo da apresentação inicial do Google I/O: keynote-2014 Ou acesse todos vídeos aqui: Vídeos do Google I/O 2014

Confira a série completa

PS: Queria agradecer ao Bernard de Luna pela assessoria neste post. :)